O mercado financeiro se aproxima do fim da reunião do Copom com apostas em peso em outra elevação de 1,50 ponto percentual da Selic, que iria para 10,75% ao ano, recuperando os dois dígitos pela primeira vez em quatro anos e meio, ao longo de um dos mais agressivos processos de aperto monetário do mundo.
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Pelos contratos negociados no mercado de DI, a probabilidade de alta de 1,50 ponto percentual do juro básico é de 95%, com os 5% restantes em apostas de oportunidade em uma elevação menor, de 1,25 ponto percentual, para 10,50%.
No mercado de opções digitais da B3, o quadro é bem parecido, com 95,18% de chance embutida de acréscimo de 150 pontos-base –a mais elevada pelo menos desde o começo do ano. Há probabilidade residual de 3,06% de alta de 1,25 ponto e de 1,50% de aumento de 1 ponto.
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A aposta em alta de 1 ponto chegou a ser a segunda mais numerosa ao longo de janeiro, mas foi perdendo espaço conforme os preços se mantiveram desconfortavelmente altos e o Banco Central deu indicações mais claras sobre intenção de colocar a inflação na meta.
“Em nossa opinião, o cenário para a inflação no horizonte da política monetária continua muito desafiador e deve exigir que a política monetária vá para um nível altamente restritivo para garantir que a inflação convirja para meta nos próximos anos”, disseram Solange Srour e Lucas Vilela, do Credit Suisse, que estimam alta de 150 pontos-base ao fim desta quarta-feira.
Sobre indicações para março, eles veem o BC adotando uma função de decisão mais dependente de dados, já que a política monetária está próxima do nível terminal.
“Além disso, a incerteza quanto ao processo de desinflação é alta, o ano deverá ser volátil devido à eleição, e a atividade econômica pode decepcionar ainda mais. Olhando para o futuro, continuamos a prever aumento de 100 pontos-base da taxa básica de juros Selic na reunião de março e elevação de 0,5 ponto percentual na reunião de maio, levando o juro para 12,25% ao ano”, disseram.
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O Itaú Unibanco também espera alta de 150 pontos-base nesta quarta e vê março como o movimento final.
“Em sua comunicação, esperamos que o comitê mantenha o tom de perseverança e siga afirmando que o aperto monetário deve avançar em território significativamente contracionista. Porém, acreditamos que o Copom deve sinalizar a redução moderada no ritmo de alta na reunião seguinte”, disse o banco em nota.
Em março, nas contas do Itaú, o Bacen entregaria elevação de 1 ponto percentual no juro, para 11,75%.
“Ao nosso ver, a decisão de encerrar o ciclo de aperto será motivada pelo recuo das expectativas de inflação para 2023, desaceleração da atividade econômica e reconhecimento dos efeitos defasados da política monetária. No entanto, as condições correntes e projeções de inflação podem pressionar na direção de manutenção do ritmo de 1,50 p.p. em março e/ou sinalização de continuidade do ciclo.”
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