- Segundo os especialistas em cibersegurança, os criminosos costumam utilizar as mesmas estratégias em vários tipos de golpes
- Uma delas é o uso de frases chamativas que despertem a curiosidade ou a necessidade do consumidor enviar dados pessoais ou para clicar em links falsos
O grande interesse das pessoas em saber se possuem algum dinheiro esquecido nos bancos reforçou um alerta “antigo” aos consumidores: os cuidados para não cair em golpes na internet.
Fique atento para evitar golpes na internet
Nas últimas semanas, a Kaspersky, empresa internacional de cibersegurança, identificou que criminosos estavam enviando mensagens falsas por meio do WhatsApp para roubar dados bancários das pessoas.
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O caso não é único. Outros golpes financeiros com estratégias semelhantes já circularam pela internet, fazendo mais vítimas.
No entanto, há formas de se proteger e de identificar quando está sendo enganado, já que a “engenharia” para desenvolver um golpe financeiro costuma ser a mesma em vários casos.
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De acordo com Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky, os criminosos, geralmente, utilizam palavras que possam despertar a curiosidade ou o interesse das pessoas.
Frases como “você ganhou” ou “você tem direito” são as mais usadas em mensagens fraudulentas enviadas via SMS, WhatsApp e e-mails. “Eles (golpistas) vão despertar a sua curiosidade para que você olhe para a mensagem”, alerta.
No entanto, essa não é a única estratégia para chamar a atenção das vítimas. O analista sênior da Kaspersky explica que os golpistas costumam vincular as mensagens a assuntos que estejam repercutindo na imprensa e que as pessoas estão buscando informações.
“Eles utilizam temas que as pessoas buscam mais informações sobre como funciona ou como solicitar. Foi assim que aconteceu com o auxílio emergencial no início da pandemia e quando o governo liberou o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)”, acrescenta.
4 dicas para se prevenir de golpes na internet
Diante desses alertas, o E-Investidor selecionou 4 dicas para você não cair em golpes financeiros. Confira!
1. Não acredite em tudo que vê na internet
Os golpes financeiros costumam ser aplicados por meio de mensagens enviadas por e-mail ou em anúncios nas redes sociais que prometem saques imediatos de benefícios ou dinheiro rápido. Por isso, Assolini aconselha as pessoas a checarem as informações antes de clicar no link disponível da mensagem enviada.
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No caso do golpe financeiro envolvendo os valores esquecidos, os criminosos estão usando endereços eletrônicos diferentes do oficial.
Um exemplo de mensagem utilizada pelos criminosos, enviada pela Kaspersky para o E-Investidor, mostra uma logo do Banco Central com frases chamativas em negrito. No entanto, o link do site para a consulta do dinheiro esquecido é diferente do oficial divulgado pelo BC que é o valoresareceber.bcb.gov.br.
“A questão da proteção pessoal é entender o seguinte: esse site é o site oficial do Banco Central? A resposta é não. Resgatar.valores.receber.info não é o site do Banco Central. Então, a pessoa vai perceber que não é uma mensagem oficial mesmo tendo a logo do BC”, ressalta o analista.
A mesma orientação é dada para cobranças de cartão de crédito ou outras pendências financeiras enviadas por SMS ou WhatsApp. “Mesmo que você saiba que você tem um boleto atrasado com a instituição financeira que supostamente está te mandando e-mail, no lugar de clicar no link para ser redirecionado, entre no site oficial da empresa para ser direcionado para o pagamento de forma legal”, aconselha Ariane Benedito, economista da CM Capital.
2. Não deixe o seu cartão de crédito salvo em sites de e-commerce
A possibilidade veio para facilitar as próximas compras na internet. No entanto, o hábito de deixar salvo os dados do seu cartão de crédito em sites de e-commerce pode fazer com você seja mais que o consumidor vulnerável.
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Benedito explica que, mesmo em lojas virtuais já confiáveis, há o risco das informações serem roubadas por criminosos e o proprietário do cartão ser surpreendido com transações financeiras não autorizadas.
“Teve um vazamento de dados por meio de uma ferramenta do Banco Central. Agora, imagina uma empresa de menor magnitude em frente à instituição. Então, tudo pode acontecer. É uma forma de reduzir o risco”, aconselha Benedito.
Para esses casos, a recomendação é o uso de cartões virtuais em sites de e-commerce.
3. Questione tudo
Desconfie e questione todas as vezes que receber mensagens ou telefones de empresas oferecendo promoções ou empréstimos a condições fora do padrão do mercado. Nesses casos, Thiago Sawada, sócio-diretor da área de serviços financeiros da Grant Thornton Brasil, orienta às pessoas a não fornecer os dados pessoais e bancários.
“Esses golpistas usam de artifícios simples de engenharia social para causar uma necessidade de urgência para ter acesso aos seus dados pessoais”, ressalta Sawada. “Por exemplo, a pessoa libera uma linha de crédito a uma taxa incrível, mas só vale se a pessoa se cadastrar naquele momento”, acrescenta o sócio-diretor.
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Quando o consumidor passa a questionar os detalhes, Sawada explica que os criminosos costumam desistir porque, normalmente, os golpes financeiros funcionam quando são aplicados em um número grande de pessoas. “É por isso que eles perdem a paciência e te deixam em paz no primeiro momento”, explica o especialista.
4. Não compartilhe seus dados nas redes sociais
Evite enviar fotos de documentos pessoais, como passaportes, ou de cartões de crédito por meio das redes sociais.
Segundo Ariane Benedito, economista da CM Capital, esse hábito nunca deve acontecer, principalmente, quando se trata de compras feitas pela internet.
“Ou a empresa utiliza uma ferramenta de pagamento em que você coloca os dados do seu para processar o pagamento ou realizar a transação por meio de boleto bancário”, afirma.
A mesma orientação é válida para as redes sociais, como o Instagram. Thiago Sawada ressalta que as pessoas costumam publicar fotos de documentos pessoais, como passaporte, e até de cartão de crédito na internet. “Ao colocar informações de onde você tem conta, você pode ficar exposto”, alerta.
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