- Em janeiro os preços ao consumidor americano subiram 7,5% em relação à base anual. Esse foi o maior salto anual da inflação em 40 anos
- Além da forte desvalorização do dólar frente ao real, ainda podemos aproveitar como diversificação as BDRs (ações americanas negociadas aqui) que desvalorizaram muito nesse ano
Em janeiro, publiquei um artigo cujo título trouxe bastante barulho e críticas: “Não compre dólar como investimento”. De lá para cá, a moeda foi de R$ 5,80 em média para R$ 5,10. Por isso decidi revisitar esse tema e trazer junto uma estratégia de compra do dólar para quem busca diversificação ou proteção.
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Fato é que o dólar sempre é pra cima em relação ao real. De um lado a economia brasileira, do outro os mestres dos capitalismos: a economia americana. Qual das duas você acha que tende a performar melhor sempre?
Pra ondevai o dólar ninguém sabe e eu não me arrisco a chutar. Dias atrás estive em uma palestra com o Felipe Arslan, da Vinland Capital, e ao ser perguntado sobre um chute pro dólar no ano a resposta dele não podia ser melhor: “Pô, me deixa morrer com alguma dignidade”. Não da pra resumir melhor o que todos sabem que não sabem: pra onde vai o dólar.
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Dito isso, estamos passando por um momento no mundo que a meu ver é praticamente a primeira vez na história moderna: inflação disparando mundialmente e aumentos de juros nos EUA.
O cidadão americano não conhece nenhum desses dois elementos. Mal a inflação já chegou ao consumidor final e já vemos os fóruns agitados com frases sobre o aumento de preços e até uma forte queda na popularidade do atual presidente, sendo ele a figura culpada pelo próprio americano.
Um pouco de burrice em condenar algum presidente pelo aumento de preços, mas de novo, o americano não faz ideia o que é inflação.
Em janeiro os preços ao consumidor americano subiram 7,5% em relação à base anual. Esse foi o maior salto anual da inflação em 40 anos!
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Já havia uma expectativa por fortes altas de juros nos EUA este ano, fazendo a moeda americana se valorizar e agora pagar rendimentos, algo praticamente nunca visto. Mas a guerra na Ucrânia gerou efeitos na economia.
O gás natural negociado na Europa já sobe mais de 200% este ano. Petróleo, níquel, minério, milho, trigo e outros também disparam com receios sobre o fornecimento dessas commodities ao mundo. Tudo isso gera inflação e mais pressão sobre o FED (Banco Central Americano) para agir mais rápido e de forma mais agressiva.
O Goldman Sachs prevê de 5 a 7 aumentos de juros somente em 2022, levando a taxa de juros por lá de 0-0,25% para algo entre 1,50-1,75%.
Outro ponto que tende a favorecer uma valorização do dólar é a própria economia mundial ,que tende a sofrer com o aumento de custo das commodities que precedem geralmente um período de recessão.
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O dólar sempre foi e ainda é ativo de proteção para investimentos. Em caso de uma crise mais grave ou um período mais longo de baixo crescimento econômico, os investidores tendem a migrar para os EUA ações ou até mesmo títulos de renda fixa que vão pagar taxas relativamente altas.
Além da forte desvalorização do dólar frente ao real, ainda podemos aproveitar como diversificação as BDRs (ações americanas negociadas aqui) que desvalorizaram muito nesse ano.
Pouco a pouco, mas sempre, faz cada vez mais sentido diversificar. Eu já estou traçando as minhas estratégias e agora de olho no timing para execução!
Inclusive convidei meu head de offshore para falar um pouco sobre cenário e ações internacionais e vou abrir a todos, clientes ou não. Se quiser participar, é só me enviar um e-mail para [email protected] que enviarei o convite.
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