- As variações do mercado de ações refletem os cenários político e econômico e as expectativas dos investidores.
- O touro (bull) e o urso (bear) são utilizados como analogias aos movimentos das cotações nas bolsas de valores.
- Nos últimos 12 meses, o Ibovespa teve variação negativa de 4%, mas alguns papéis valorizaram 142%, enquanto outros registraram quedas de até 83%.
O mercado de ações é influenciado por diversos fatores que geram movimentos de alta e baixa, como as expectativas dos investidores em relação a um papel, os cenários político e econômico e o comportamento internacional. As variações, tanto positivas quanto negativas, podem gerar boas oportunidadesaos investidores.
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Algumas oscilações são conhecidas como bull ou bear, que indicam tendências na bolsa de valores. “O investidor precisa identificar o momento em que as ações estão baratas para comprá-las e então vendê-las nos momentos de alta”, afirma Jhonatan Hoff, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI).
A identificação das oportunidades requer conhecimento técnico aprofundado no mercado de capitais para que o investidor não seja movido exclusivamente pelo otimismo ou pelo pessimismo do mercado.
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“É importante destacar que a valorização passada não é garantia de valorização futura nem representa recomendação de compra”, alerta o professor.
O que são bull e bear market?
Os termos “bull” e “bear” são conhecidos no mercado financeiro e representam o comportamento de alta e baixa do mercado de capitais. Enquanto o bull market (touro) representa um mercado otimista, o bear (urso) reflete um mercado pessimista, com movimentos de baixa.
É preciso encontrar o momento mais adequado para entrar e sair de um papel. O mercado opera em ciclos de alta e baixa, ou seja, o urso e o touro entram e saem de cena a todo momento de forma intercalada.
O especialista adverte que “O investidor precisa tomar cuidado para não entrar em pânico com o bear, mas também não pode se deixar enganar pelo bull”.
Existem oportunidades de lucro, ainda que o mercado esteja com um viés negativo. Isso é possível quando um investidor opera vendido e “vende uma ação por um preço alto com o objetivo de recomprá-la no futuro mais barata, lucrando com a sua desvalorização”, segundo Hoff.
3 maiores altas de ações no último ano
O índice Bovespa reportou desvalorização acumulada de 4% entre 14 de abril de 2021 a 13 de abril de 2022. Entretanto, algumas ações apresentaram altas influenciadas por processos de recuperação judicial e fatores relacionados ao mercado global. As três empresas com maior valorização atuam nos setores de metalurgia, fertilizantes e gestão patrimonial.
1. Wetzel (MWET4)
A Wetzel, metalúrgica que fabrica peças automotivas e eletrônicos, valorizou 142% no período. A empresa passa por um processo de recuperação judicial e tem apresentado melhora nos indicadores. “O aumento nas ações reflete justamente a reversão de resultados negativos e a expectativa de que ela seja lucrativa no futuro”, diz Hoff.
2. Fertilizantes Heringer (FHER3)
O salto de 142% da Heringer tem origem na possível escassez de fertilizantes causada pelas sanções impostas à Rússia por conta da guerra na Ucrânia.
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É importante ressaltar que a companhia não produz fertilizantes, mas os importa da Rússia”, lembra o coordenador. A proximidade do fim de uma recuperação judicial também colaborou com o resultado positivo.
3. Terrasantapa (LAND3)
As ações da Terrasantapa — que atua na aquisição, na gestão e no arrendamento de propriedades agrícolas — tiveram valorização de 124% nos últimos 12 meses.
“A alta pode ser justificada em parte pelo aumento das commodities e pela combinação de negócios com a SLC Agrícola”, opina Hoff.
3 maiores baixas de ações no último ano
As frustrações com os últimos resultados causaram as maiores baixas nos últimos 12 meses, de acordo com a avaliação de Hoff. Companhias de comércio eletrônico, construção civil e mercado financeiro foram atingidas.
1. Enjoei (ENJU3)
Mesmo apresentando aumento de receita, o Enjoei teve desvalorização de 83%. “A queda pode ser justificada em parte pelas incertezas do cenário econômico e pelo fato de que a empresa não tem conseguido apresentar resultados positivos nos últimos anos”, analisa o especialista.
2. Tenda (TEND3)
As ações da construtora Tenda caíram 83%. “Um dos principais motivos foram os resultados negativos apresentados pela empresa nos últimos períodos”, pontua Hoff.
Somente na divulgação do balanço do último trimestre de 2021, quando a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 268,5 milhões, os papéis recuaram 25%.
3. Banco Inter (BIDI3 e BIDI11)
O Banco Inter caiu 73%, especialmente em função da frustração de investidores e analistas com os resultados da empresa.
O lucro líquido no quarto trimestre de 2021 ficou em R$ 6,4 milhões, 67,1% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. “Além disso, a queda nas ações de fintechs é um comportamento já observado em outros papéis”, informa o especialista.
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