- O mercado imobiliário virtual movimentou US$ 501 milhões em 2021, segundo a MetaMetric Solutions. De acordo com o ritmo de negociações nos primeiros meses de 2022, a expectativa é que o volume alcance quase US$ 1 bilhão
- Há uma corrida de empresas para construir e investir no metaverso. Tanto companhias de tecnologia, como Facebook e Microsoft, quanto de outros setores, a exemplo da Porsche, afirmam que estão desenvolvendo as próprias plataformas
Os investimentos no metaverso aumentaram recentemente, com gigantes players do mercado tradicional como Adidas, HSBC, Carrefour, Samsung e até PwC fazendo grandes apostas em terrenos digitais. A especulação explodiu, com ativos comprados por US$ 15 mil vendidos a US$ 300 mil em poucos meses.
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O mercado imobiliário virtual movimentou US$ 501 milhões em 2021, segundo a MetaMetric Solutions. De acordo com o ritmo de negociações nos primeiros meses de 2022, a expectativa é que o volume alcance quase US$ 1 bilhão. Até 2028, o setor deve crescer a uma taxa de 31% ao ano, conforme uma projeção da BrandEssence Market Research.
Essa empolgação começou quando Mark Zuckerberg decidiu mudar o nome do Facebook para Meta, em outubro do ano passado, sinalizando uma guinada na estratégia da companhia.
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Muita gente seguiu a onda e apostou na tecnologia, mas ainda falta a compreensão do que é e de como funciona o metaverso.
O que é metaverso?
“O metaverso é um novo mundo digital com uma integração muito mais natural e imersiva com o mundo real graças a novas interfaces tecnológicas”, define Pablo Sáez, sócio-líder de Digital Technology da NTT DATA.
Hoje, existem muitas plataformas em três dimensões (3D), a exemplo dos jogos Minecraft, Fortnite e Roblox.
No entanto, os mundos digitais criados não necessariamente são metaversos. “Eles não oferecem uma experiência imersiva e não permitem mover objetos de um mundo para outro”, comenta Sáez.
Um metaverso, no conceito ideal, permite sentir fisicamente algo que acontece no universo virtual, segundo o especialista. Mas o caminho contrário também pode existir, com informações digitais se sobrepondo ao mundo real.
Como investir no metaverso?
Até o momento, o que existe é uma corrida de empresas para construir e investir no metaverso. Tanto companhias de tecnologia, como Facebook e Microsoft, quanto de outros setores, a exemplo da Porsche, afirmam que estão desenvolvendo as próprias plataformas. Enquanto isso, estruturas mais desenvolvidas negociam espaços virtuais.
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“Ao investir no metaverso comprando um terreno digital, o investidor está adquirindo o direito de construir novas experiências dentro daquela plataforma”, explica o executivo. É um mercado bastante incipiente, sujeito a grande volatilidade — da mesma maneira que é possível ganhar muito dinheiro, o risco de prejuízo também é grande.
As transações são mediadas por tokens não fungíveis (NFTs) que garantem a propriedade e possibilitam a transferência de diversos objetos virtuais. “O NFT é o que permite dar um selo, como colocar um número de série, em um ativo digital”, diz Sáez.
Mercado de terrenos digitais
O mercado imobiliário digital é amplo, mas algumas plataformas têm se destacado nas vendas de terrenos. “Nada impede que apareça uma nova plataforma que tenha uma função inédita que chame a atenção do mundo”, alerta Sáez. Como rege a lei de oferta e procura, o valor de cada lote virtual varia conforme o interesse dos compradores em cada ambiente digital. Confira, a seguir, alguns deles.
1. Decentraland
Considerado um dos pioneiros, Decentraland é um metaverso em que as decisões são tomadas de forma coletiva e descentralizada. A plataforma permite desenvolver diversas experiências nos terrenos, como jogos, cassinos, galerias e shows.
“É ideal para empresas e criadores de conteúdo que procuram um novo meio artístico, fontes de entretenimento e novas oportunidades de negócios”, comenta o executivo. Cerca de 90 mil lotes estão disponíveis com preços a partir de US$ 10 mil. O mais caro foi vendido a US$ 2,43 milhões.
2. Sandbox
O Sandbox é um mundo virtual que permite que os usuários construam, joguem, exerçam propriedade e monetizem todas as experiências virtuais. O objetivo da plataforma é possibilitar que artistas, criadores e jogadores do ecossistema formem uma comunidade para criar ativos digitais em um modelo play-to-earn.
É possível investir no metaverso por meio de um dos 160 mil terrenos virtuais que custam entre US$ 5 mil e US$ 4,3 milhões.
3. Cryptovoxels
O Cryptovoxels é menos conhecido, porém tem características diferentes dos outros. “Esse metaverso está centrado na experiência imersiva com realidade virtual (RV), algo que o Decentraland ainda não tem”, informa Sáez.
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A plataforma tem ferramentas de criação e colaboração para implementar avatares no jogo e permite a compra de pacotes virtuais para organização de eventos, como festas dançantes, shows de arte, labirintos ou apenas uma sessão de bate-papo. São mais de 7 mil lotes digitais a partir de US$ 5,3 mil até US$ 534 mil.