- A KPTL foi selecionada pelo Fundo Vale para levantar o produto em um processo ao longo de 2021. A gestora tem experiência com investimentos na área de inovação para o meio ambiente em projetos de AgTechs (startups voltadas ao agronegócio), biotecnologia e Internet das Coisas
- Renato Ramalho, CEO da KPTL, ressalta que a captação é uma etapa que toma muito tempo e exige dedicação para educar o investidor
Aramis Merki II – A gestora de Venture Capital KPTL anuncia o lançamento de um fundo que prevê investir R$ 200 milhões em startups que desenvolvam projetos de impacto para a área de sustentabilidade. O fundo de fomento Fundo Vale, ligado à mineradora, é parceiro na estruturação do veículo.
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A KPTL foi selecionada pelo Fundo Vale para levantar o produto em um processo ao longo de 2021. A gestora tem experiência com investimentos na área de inovação para o meio ambiente em projetos de AgTechs (startups voltadas ao agronegócio), biotecnologia e Internet das Coisas.
A consultoria ESG (ambiental, social e de governança) Resultante é a responsável pela estratégia e mensuração do impacto do fundo. As métricas de avaliação foram criadas com metodologia da empresa. “O fundo terá sua performance atrelada não apenas ao desempenho financeiro, mas também ao seu rating de impacto”, aponta Maria Eugenia de Buosi, CEO da Resultante.
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O processo de escolha das investidas vai buscar tecnologias com potencial para reduzir custos e aumentar eficiência da certificação de créditos de carbono, além de restauração e proteção florestal em larga escala. Quatro principais áreas de atuação serão priorizadas: Florestas, Carbono, Bioeconomia e Economia Regenerativa. A iniciativa prevê aportes nos próximos cinco anos e poderão ser feitos em startups que estão em fase inicial (investimento pré-seed) até etapas de captação série A.
Renato Ramalho, CEO da KPTL, ressalta que a captação é uma etapa que toma muito tempo e exige dedicação para educar o investidor. “Captar o dinheiro sem tornar tangível qual será o investimento é mais difícil. Então o que temos feito é captar juntamente com a agenda dos primeiros investimentos, pois os primeiros investimentos ajudam os outros investidores a entender o objetivo do fundo”, explica.
O plano é que o veículo tenha 25 a 35 startups investidas em dois anos, alcançando o total de R$ 200 milhões. Ramalho considera que o venture capital que investe em soluções para o meio ambiente tem potencial ainda maior. “Esta vertical deve ser uma das maiores verticais na indústria de toda a América Latina, por predisposições naturais da região.” Os primeiros investimentos estão planejados para as próximas semanas.
O novo fundo já tem entre cotistas a Tridon Participações, family office dos fundadores da indústria de equipamentos agrícolas Jacto, os empresários Denis e Ilana Minev, das Lojas Bemol, e Marco Riguzzi, empresário da área de embalagens e acionista da Farmaplast. “O tema é muito estratégico para o Brasil e para o mundo, então este não é assunto apenas de um setor ou só para um perfil de investidor. Queremos trazer atores que possam contribuir em todo o prisma dessa agenda, como instituições privadas que desejam trabalhar com desafios de neutralidade [de emissões de carbono] e restauração florestal, até associações e fundações que aceitam nível maior de risco”, aponta Gustavo Luz, gerente do Fundo Vale & Participações.
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A captação deve ser frutífera junto aos atores internacionais, mais maduros na temática ESG. “Somos um país que demanda capital estrangeiro, inclusive para este tema, então o dinheiro internacional é importante até para educar o investidor local”, diz. O CEO também ressalta que nascer com investimentos nacionais mostra que existe comprometimento com o assunto.