Por Ilana Cardial e Gabriel Caldeira – O dólar se fortaleceu frente suas principais rivais nesta sexta-feira, em meio à maior busca por segurança entre investidores. O movimento foi impulsionado pelo resultado acima do esperado para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em maio.
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O índice DXY, que mede a divisa americana contra seis moedas competitivas, fechou com alta de 0,90%, a 104,148 pontos. Na semana, o ganho acumulado foi de 1,97%. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0524 e a libra, a US$ 1,2313, enquanto o dólar subia levemente, quase estável, a 134,38 ienes.
O CPI dos EUA saltou 8,6% em maio, na comparação anual, e ficou acima da expectativa do mercado. Com isso, investidores reavaliaram suas projeções para o aperto monetário do Federal Reserve (Fed). O Barclays, por exemplo, passou a acreditar que uma alta de 75 pontos-base pode se dar já na próxima semana, mesma expectativa da Capital Economics. Já o C6 Bank avalia que um aperto mais agressivo do que já sinalizado pelo Fed será necessário para fazer a inflação retornar à meta de 2% ao ano.
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Quanto às expectativas para os preços, levantamento da Universidade de Michigan mostrou aumento nas perspectivas inflacionárias de um e cinco anos. A instituição também informou queda do índice de sentimento de consumidores ao menor nível da série histórica.
O iene registrou queda bem menor ante o dólar em comparação com seus pares hoje, puxado pela sinalização de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e outras autoridades estão preocupados com a depreciação da moeda e, neste contexto, não descartam intervenção. Na última quarta-feira, o dólar renovou máxima em mais de duas décadas ante a divisa japonesa, à medida que a postura acomodatícia do BoJ contraria a de outros BCs de economias desenvolvidas.
Já o euro foi pressionado por temores de que o aumento dos spread entre juros soberanos de países da periferia da zona do euro, como Itália, desencadeie uma fragmentação monetária no bloco. De acordo com a Reuters, o spread entre retorno do BTP italiano de 10 anos e do Bund alemão de mesmo prazo – utilizado para medir o prêmio de risco da dívida da Itália – atingiu o maior nível desde maio de 2020.
Em relatório recente, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) apontou para este risco de uma nova crise da dívida por conta deste movimento, recomendando que o Banco Central Europeu (BCE) atrase o aperto monetário, que seria inviabilizado caso uma crise da dívida ocorra. Ante moedas emergentes, o dólar caía a 57,660 rublos russos no período citado.
Hoje, o Banco Central da Rússia cortou o juro em 150 pontos-base, a 9,50%.
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