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No Japão, empresas têm impulso, apesar de problemas na produção

O iene barato em geral tem sido benéfico para as grandes empresas no Japão

No Japão, empresas têm impulso, apesar de problemas na produção
Notas de won da Coreia do Sul, iuan da China e iene do Japão 15/12/2015. REUTERS/Kim Hong-Ji

(Estadão Conteúdo) – A queda histórica do iene impulsiona vendas e o lucro de algumas das principais empresas do Japão. Isso leva várias delas a manter perspectivas saudáveis para o ano atual, mesmo com problemas em cadeias de produção e a incerteza econômica.

A Toyota Motor, maior fabricante global de carros em volume de vendas, manteve sua previsão de lucro operacional de 2,4 trilhões de ienes, ou US$ 18 bilhões, para o ano fiscal até março, apesar de enfrentar problemas em cadeias de produção e preços mais altos de matérias-primas recentemente. O fortalecimento do dólar e do euro frente ao iene deve compensar os crescentes custos para o restante do ano atual, diz a empresa.

O iene era negociado nesta terça-feira em cerca de 134 ienes frente ao dólar, de cerca de 115 no início deste ano. Em julho, o iene chegou a cair a 139 frente ao dólar, na mínima desde 1998.

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No fim da temporada de balanços trimestrais desta segunda-feira, a SMBC Nikko Securities concluiu que 81 companhias integrantes do índice japonês Topix elevaram suas perspectivas de lucro operacional para o ano fiscal que termina em março de 2023. Por outro lado, 46 companhias cortaram suas projeções.

O iene barato em geral tem sido benéfico para as grandes empresas no Japão. Durante muitos anos, o câmbio foi um gatilho para disputas comerciais com os EUA. Os dólares que companhias como a Toyota ganham no exterior valem mais em ienes quando o dinheiro volta para casa, e carros feitos no Japão por trabalhadores pagos em iene são agora mais competitivos contra aqueles feitos nos EUA por trabalhadores que ganham em dólar.

Conforme o iene caía mais no primeiro semestre deste ano, alguns questionavam se essa reflexão familiar ainda se aplicava. Muitas empresas japonesas têm mudado a produção para o exterior, o que fazia deixar de valer parte do impacto das flutuações cambiais. E atualmente, a queda do iene torna mais caro importar algumas commodities e componentes que já tinham preços elevados.

No fim das contas, porém, a moeda fraca ainda é uma grande ajuda para o país que exportou o equivalente a quase US$ 700 bilhões em bens no período de 12 meses encerrado em junho. Além disso, as divergências comerciais com os EUA são mínimas, já que importações japonesas mais baratas reduzem a inflação nos EUA, uma prioridade econômica para o governo Joe Biden. A economia japonesa recuperou seu tamanho pré-pandemia no segundo trimestre, impulsionada em parte pelo crescimento nas exportações. No primeiro semestre deste ano, as exportações do país cresceram 15% na comparação com igual intervalo de 2021.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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