- Um fato relevante das Lojas Americanas (AMER3) informou que foram detectadas “inconsistências contábeis” na ordem de R$ 20 bilhões nos balanços da varejista
- Com isso, o então CEO da empresa, Sergio Rial, renunciou ao cargo apenas dez dias após ter assumido
O mercado de capitais foi pego de surpresa na noite da última quarta-feira (11). Um fato relevante da Americanas (AMER3) informou que foram detectadas “inconsistências contábeis” na ordem de R$ 20 bilhões nos balanços da varejista. Com isso, o então CEO da empresa, Sergio Rial, renunciou ao cargo apenas dez dias após ter assumido. André Covre, diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores da companhia, também decidiu se desligar.
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Nesta quinta-feira (12), Rial participou de uma videoconferência organizada pelo BTG Pactual para dar explicações sobre os problemas contábeis da Americanas. Na ocasião, ele disse que a “empresa não foi transparente, mas não é tóxica”, reforçando ainda que o momento de insegurança pode ser visto como uma oportunidade de reformulação para o setor de varejo como um todo.
Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Economia pela Universidade Gama Filho, Rial iniciou sua carreira em instituições financeiras no banco ABN AMRO em 1984.
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Depois, passou a atuar no antigo banco de investimentos norte-americano Bear Stearns. Em 2004, foi contratado pela empresa de alimentos Minnesota Cargill, onde ocupou o cargo de vice-presidente executivo e de diretor de finanças.
Após deixar a Cargil, continuou no setor alimentício. Na divisão Seara Foods, do grupo Seara, assumiu a posição de CEO por dois anos. Já em 2014, Rial tornou-se presidente da Marfrig, uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, ficando no cargo por um ano.
O executivo chegou ao Banco Santander Brasil em 2016 e assumiu o comando da instituição até dezembro de 2021. Durante a gestão dele, o braço brasileiro da instituição financeira se tornou a unidade mais rentável do grupo Santander, além de ter alcançado o melhor índice de eficiência e de retorno sobre o patrimônio líquido do sistema financeiro nacional por vários trimestres.
Foi com ânimo que os investidores viram o anúncio de Rial como futuro presidente da Americanas no lugar de Miguel Gutierrez, que permaneceu no cargo por quase 30 anos. Em agosto de 2022, a varejista comunicou ao mercado que a escolha foi feita porque o executivo tem “vasta experiência em diversos setores, incluindo relevante vivência internacional por mais de 15 anos na Ásia, Europa e nos Estados Unidos”.
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Na época, a companhia ganhou quase R$ 2 bilhões em valor de mercado, quando suas ações subiram mais de 20% no primeiro pregão pós-comunicado.
Agora, João Guerra assume o cargo temporário de CEO da Americanas. Mesmo deixando o comando da varejista, Rial deve ajudar os acionistas de referência na apuração sobre o rombo de R$ 20 bilhões, prestando apoio como assessor nesse processo.
*Com informações do Estadão Conteúdo