- Produtos como os fones de ouvido sem fio devem gerar US$ 15 bilhões de lucro em 2020
- Dividendos pagos aos acionistas da Apple cresceram 6%
- Exército de clientes cativos mantém a empresa em uma situação confortável diante da concorrência
(Isadora Rupp, Especial para o E-Investidor) – Na quarta-feira 19 de maio, a Apple (AAPL34) alcançou uma marca histórica. A empresa criada por Steve Jobs foi a primeira a ultrapassar a marca de US$ 2 trilhões de valor de mercado, um feito que faz a empresa superar o Produto Interno Bruto (PIB) de 170 países, incluindo o Brasil, de acordo com dados do Banco Mundial.
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Quando criou a Apple em 1976, Jobs levou alguns nãos junto com o sócio Steve Wozniak ao tentar vender o seu projeto de computador pessoal para a HP e Atari, que responderam que o produto não teria um futuro promissor no mercado.
Mais do que uma empresa de tecnologia, a Apple é especialista em criar desejos: é só ver o frisson e as filas ocasionadas a cada novo lançamento de Iphone ou, mais recentemente, a febre dos fones de ouvido sem fio, os AirPods.
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A junção de tecnologia de ponta, interface simples e design é a tríade que impulsionou a Apple e consolidou a marca que se encontra em seu momento de maior valorização no mercado acionário desde a sua entrada na bolsa americana, em dezembro de 1980.
Hoje, quem quer comprar ações da Apple (AAPL34) precisa desembolsar US$ 389 por ação. Desde 2007, há uma trajetória de alta, com breves oscilações e crescimento expressivo a partir de 2018.
Mesmo com a queda mundial na venda de smartphones (dados da pesquisa Counterpoint Research apontam que, no segundo trimestre de 2020, houve retração de 25%), a Apple foi “salva” pelo lançamento da segunda versão do modelo SE, em abril. O aparelho, mais acessível em relação aos outros modelos disponíveis, foi responsável por 20% da venda total de smartphones da Apple. E a marca planeja mais um lançamento para este ano, o iPhone 12, mesmo com as dificuldades que enfrentou para a fabricação por conta da pandemia.
No final de abril, o CEO, Tim Cook, comunicou os resultados do segundo semestre, com uma alta histórica de US$ 13,8 bilhões e receita de US$ 58 bilhões, frisando que anunciava “com orgulho” os índices positivos em meio do impacto global sem precedentes causados pela covid-19. “Nesse cenário difícil, nossos usuários dependem dos produtos Apple de novas maneiras para se manter conectados, produtivos e criativos” falou Cook em comunicado à imprensa.
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Os dividendos pagos pela empresa subiram 6% (US$ 0,82 por ação), e houve autorização do conselho diretor de um aumento de US$ 50 bilhões para a recompra e ações – estratégia que contribui para a valorização dos papéis.
“O lucro é estável, a empresa tem muito caixa. Enquanto no Brasil tivemos ações que variaram bem para baixo, a Apple se manteve positiva. Ela tem muito espaço no mercado e autoridade na marca. Não acho que as pessoas vão deixar de ter iPhone, iPad ou computador Mac” analisa a especialista em finanças e fundadora do canal Riqueza em Dias no YouTube, Carol Dias.
Vale a pena investir em AAPL34?
A expansão da Apple para a área de serviços (como a Apple TV, de streaming, e Apple Music) são bons indicativos ao investidor, diz o estrategista de investimentos da Avenue Securities, William Castro Alves, que lembra ainda de um produto recente que virou febre, os AirPods, fones de ouvido sem fio. “Se os AirPods fossem uma empresa separada, já seria gigantesca” frisa.
Há estimativas de que, até o final de 2020, 85 milhões de fones do modelo sejam vendidos. O que deve gerar um lucro de US$ 15 bilhões apenas com o produto.
Alves acredita que apesar dos resultados positivos e da moda dos AirPods, a Apple perdeu parte do seu encantamento com a morte do co-fundador Steve Jobs, em 2011. “Ele puxava o time para um desenvolvimento tecnológico cada vez maior. Hoje o foco é manter fiel o seu exército de consumidores e desenvolver novidades. Eles foram para um caminho mais confortável. Vai funcionar bem até surgir alguém que invente algo novo que consiga roubar esse sex appeal da Apple”.
Como comprar ações da Apple (AAPL34)?
Os acionistas que querem comprar ações da Apple, mas ainda não são qualificados para a compra dos BDRS (Brazilian Deposit Recipts), certificados emitidos no Brasil que representam ações de empresas do exterior, podem comprar ações diretamente nos Estados Unidos por meio de uma conta em corretora de valores no país.
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Dessa forma, é possível destinar o capital que for possível, sem precisar comprar lotes ou uma ação inteira. Os analistas entrevistados pelo E-Investidor orientam que esse aporte seja, idealmente, de US$ 200, para compensar a taxa de corretagem e o IOF pago na transferência de um banco do Brasil para a corretora.
E é sempre bom lembrar: bolsa de valores é um investimento de risco, seja aqui ou nos EUA. Por isso, se o seu perfil é intolerável para oscilações e perdas, busque outros produtos.
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