C6 Bank tem prejuízo de R$ 2,2 bi em 2022

O banco digital não detalha os fatores responsáveis pelo resultado.

No ano passado, as receitas do C6 com intermediação financeira somaram R$ 3,756 bilhões, uma expansão de 224% em relação a 2021. A maior parte das receitas vem da tesouraria: as operações com instrumentos financeiros geraram R$ 2,201 bilhões no ano passado, contra R$ 663,012 milhões em 2021. As operações de crédito, por sua vez, trouxeram R$ 1,446 bilhão em receita, ante R$ 443,500 milhões um ano antes.

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Por outro lado, as provisões do C6 contra a inadimplência somaram R$ 1,629 bilhão em 2022, cerca de quatro vezes mais que o volume registrado no ano anterior. O banco não informa os índices de inadimplência de sua carteira de crédito. O saldo de operações de crédito do C6 chegou a R$ 14 bilhões no ano passado, contra R$ 6 bilhões no final de 2021.

Os ativos totais foram a R$ 38,991 bilhões, crescimento de 94% na comparação com o ano anterior. O patrimônio líquido foi a R$ 2,628 bilhões, alta de 105% na mesma base de comparação, ainda de acordo com o balanço.

Despesas e reorientação

No ano passado, as despesas do C6 também subiram. Foram R$ 555,986 milhões em pessoal, alta de 82% na comparação com 2021. As chamadas outras despesas administrativas somaram R$ 1,438 bilhão, crescimento de 54% no mesmo período comparativo, segundo o balanço.

Já neste ano, em fevereiro, o banco dispensou cerca de 400 pessoas, conforme apurou o Broadcast à época. Como mostrou a reportagem, o banco tratou o corte como uma mudança estrutural: após investir recursos e esforços para lançar produtos, a prioridade neste ano é reforçar áreas como alta renda, investimentos e pessoa jurídica, para aprofundar o relacionamento com os clientes.

Capitalização

A despeito dos prejuízos acumulados, o C6 encerrou o ano passado com índices de capital confortáveis.

O índice de Basileia do banco, que mede o capital detido para fazer frente à concessão de crédito, subiu de 11,4% em dezembro de 2021 para 14,99% em dezembro de 2022, segundo o balanço da instituição. Em fevereiro do ano passado, os acionistas do banco aprovaram um aumento de capital de R$ 3,625 bilhões, aprovado pelo Banco Central dois meses depois. As novas ações foram subscritas pela N7 Holding, que é detentora de 100% do capital do banco.

Também no ano passado, foi aprovada a entrada do JPMorgan, o maior banco dos Estados Unidos, no capital do banco digital, com uma participação indireta de 40% no capital. Os valores não foram revelados à época, mas no mercado, falava-se em R$ 10 bilhões, valor negado pelas partes envolvidas.

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