- A petrolífera manteve a atual política de proventos no primeiro trimestre do ano e anunciou o pagamento de R$ 24,7 bilhões aos acionistas
- O mercado acendeu a luz amarela após a divulgação dos resultados trimestrais, uma vez que o Conselho de Administração determinou à diretoria da companhia que ela elaborasse uma proposta para aperfeiçoar a política de remuneração ao acionista
- O valor de dividendos distribuidos pela empresa foi o quarto maior na história da companhia
O mercado estava, e ainda está, receoso sobre a política de dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4). A petrolífera manteve a atual política de proventos no primeiro trimestre do ano e anunciou o pagamento de R$ 24,7 bilhões aos acionistas, quarto maior valor da história da empresa. No entanto, esta deve ser a última grande distribuição.
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O mercado acendeu a luz amarela após a divulgação dos resultados trimestrais, na noite desta quinta-feira (11), uma vez que o Conselho de Administração determinou à diretoria da companhia que ela elaborasse uma proposta para aperfeiçoar a política de remuneração ao acionista. Veja aqui os detalhes do balanço do primeiro trimestre de 2023 da companhia, divulgado nesta quinta-feira (12).
Para Mateus Haag, analista de equity da Guide Investimentos, essa deve ser a última vez que a Petrobras distribuirá grandes montantes de dividendos. “Foi indicado, junto com o anúncio de dividendos, que o novo quadro de gestão da companhia, espera mudar a política de dividendos até o final de julho. Na minha opinião, essa deve ter sido a última grande distribuição de dividendos da Petrobras”, disse o analista.
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“Todo mundo sabe que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, são contra a grande distribuição de dividendos feita por estatais. O que aconteceu ontem foi que a Petrobras distribuiu exatamente à risca o que é estabelecido, o mínimo, da política de remuneração de acionista da companhia”, completou.
A distribuição de dividendos bilionários ocorre por conta Petrobras ter registrado o segundo maior lucro líquido da história na B3 – de R$ 38,7 bilhões – de acordo com dados do Trademap. E sobre o lucro líquido, o montante veio de acordo com as expectativas do mercado, disse Vitório Galindo, head de Análise Fundamentalista da Quantzed. “O balanço está em linha com o esperado. É lógico, o lucro líquido veio um pouco menor do que vinha acontecendo no primeiro trimestre e no quarto trimestre de 2022, mas isso é consequência da queda do dólar e do petróleo”, comentou.
De acordo com Haag, os próximos dividendos devem atingir o patamar de 25% do lucro líquido da companhia. “Muito provavelmente os dividendos vão ser o mínimo para qualquer empresa do Brasil, 25% do lucro líquido da companhia no período”, disse.
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, disse que os dividendos anunciados pela estatal petrolífera de certo modo surpreenderam o mercado. “Veio até acima da projeção de muitas casas que tinham estimativas maiores que a nossa”, afirmou ao Broadcast.
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Ele, no entanto, prevê volatilidade para as ações da Petrobras ao longo do ano. “Eles respeitaram a política atual (de distribuição de dividendos), mas o papel deve ficar volátil até julho, prazo dado pelo Conselho para uma nova proposta de remuneração e para revisão do plano”, disse. O Conselho de Administração da Petrobras solicitou a revisão do Plano Estratégico 2023-2027. O novo plano da empresa, para o período 2024-2028, está previsto apenas para novembro, segundo o diretor Transição Energética e Sustentabilidade, Maurício Tolmasquim.