- Carta mensal da gestora Verde Asset indica o que motivou a alta do fundo em junho
- Gestora destaca que desempenho dos mercados globais no semestre mostra que expectativas mais pessimistas do início do ano estavam erradas
O fundo Verde, de Luis Stuhlberger, subiu 1,62% em junho, acima da alta de 1,07% do CDI no período. De acordo com a cartal mensal da gestora Verde Asset, divulgada nesta segunda-feira (10), os ganhos vieram das posições em ações no Brasil, operações de juros nos EUA e Europa, no livro de crédito e na posição de inflação implícita americana.
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Na contramão, o hedge em inflação implícita no Brasil, as posições de commodities, especialmente ouro, e em bolsa global e juros no Japão levaram o fundo a perdas.
O documento destaca que os resultados do mercados globais no fechamento do semestre mostram que o consenso do mercado no começo de 2023 estava errado, quando gestores, analistas e economistas esperavam por uma recessão global.
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“Se voltássemos no tempo e descrevêssemos esses resultados para uma plateia incrédula, a aposta geral seria que tal performance veio por conta de quedas generalizadas das taxas de juros. Errado de novo, isto simplesmente não ocorreu”, diz o texto.
Na visão da Verde, as altas nos mercados acionários mesmo em um ambiente de continuidade do aperto monetário deve-se a alguns fatores:
- a lucratividade das empresas melhor do que o esperado, resultado de um bom controle de custos das companhias;
- a economia americana mostrando que sua sensibilidade a juros altos é menor do que o imaginado;
- o arrefecimento da pressão dos custos tanto no lado da energia e commodities, quanto do lado do trabalho;
- posicionamento baixo de investidores no início do ano, o que criou uma pressão de compra à medida que os mercados começaram a andar;
- e o impacto do otimismo com a Inteligência Artificial (IA), que empurrou os múltiplos de algumas empresas americanas para cima.
Em relação ao mercado brasileiro, a carta da Verde Asset ressalta o desempenho do Ibovespa em junho: uma alta de 9%, marcando o melhor mês da Bolsa desde novembro de 2020. “Os sinais continuam apontando para um início de ciclo de corte de juros em agosto, com inflação cadente, reduzido nível de ruído político, e manutenção da meta de inflação em 3% para 2026. Começamos a ver sinais muito incipientes de mudança de comportamento dos investidores na direção de ativos de maior risco, e acreditamos que à medida que o juro cair tal fenômeno deve se intensificar.”
Para julho, o fundo Verde retomou uma pequena exposição vendida em bolsa global, mantendo relevante alocação no mercado brasileiro. A posição comprada em inflação implícita no Brasil também foi mantida. “Estamos tomados em juros na parte curta da curva, mas reduzimos substancialmente a compra em inflação nos EUA, passando a estar aplicados no juro real lá”, diz a carta. A gestora também segue tomada em Japão.
A posição em ouro foi mantida, e assim como a pequena alocação em petróleo que já vinha de meses anteriores. As posições em crédito high yield global e local também foram mantidas.