- O endividamento, além de restringir o acesso ao crédito – e, com isso, a diversos produtos e experiências pessoais e profissionais –, também pode afetar a saúde mental e física de uma pessoa
- Saber lidar com o dinheiro nos garante tranquilidade e independência, dois fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável
- Com o lançamento do Desenrola, o programa federal que oferece renegociação e quitação de dívidas, junto a cursos de educação financeira, o governo parece ter finalmente entendido tudo isso
Todo mundo que veio de uma família de baixa a média renda ou já teve contato com uma certamente conhece o ditado: “O nome é o principal bem de uma pessoa”. E depois de anos de experiência com educação financeira, tenho que concordar.
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O endividamento, além de restringir o acesso ao crédito – e, com isso, a diversos produtos e experiências pessoais e profissionais –, também pode afetar a saúde mental e física. Afinal, quem não fica estressado quando uma série de boletos chegam e não há dinheiro na conta para pagá-los?
A falta de dinheiro e as dívidas nos fazem perder o sono, a fome e nos geram ansiedade. Também podem criar desentendimentos com a família e com os amigos. Por isso, defendo que a educação financeira seja um dos pilares de uma sociedade e uma vida pessoal saudáveis.
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Saber lidar com o dinheiro nos garante tranquilidade e independência, dois fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Você pode não ficar rico, mas certamente saberá utilizar os recursos que têm da melhor forma possível, garantindo alguma qualidade de vida.
Com o lançamento do Desenrola, o programa federal que oferece renegociação e quitação de dívidas, junto a cursos de educação financeira, o governo parece ter finalmente entendido tudo isso. Ufa!
Ao devolver o “nome” das pessoas, o governo está devolvendo a elas sua dignidade. De quebra, impulsiona a economia, já que mais pessoas terão crédito para comprar – o que, atrelado a uma boa gestão financeira (que esperamos que aconteça após o curso oferecido pelo programa), gera empregos e maior renda.
Por que o Desenrola é tão legal?
No final do ano passado, época de eleições, escrevi um artigo nesta coluna sobre cinco medidas que eu gostaria de ver no plano de governo do próximo presidente do Brasil. Uma dessas medidas era justamente um programa de assistência social que fosse atrelado a um projeto de educação financeira.
Para mim, o ponto forte do Desenrola é que, além de ajudar as pessoas a limparem o seu nome, ele tem uma visão de longo prazo ao oferecer um curso de educação financeira. Isso faz com que os brasileiros tenham menos chances de cair novamente no endividamento.
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Ainda é cedo para mensurar o impacto do programa no longo prazo, mas se pelo menos 25% dos que estão participando hoje passarem de endividados a poupadores nos próximos quatro ou cinco anos haverá um impacto gigantesco para o País. Ou, pensando ainda maior, quem sabe algumas delas se tornam investidores, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento econômico?
Nesse sentido, o Desenrola dá uma parte do peixe, mas também ensina a pescar, proporcionando autonomia. Une o melhor dos mundos e mostra que entende a realidade dos brasileiros, em que muitos ganham menos do que o necessário para viver uma vida longe do endividamento, mas que há vontade de manter o nome limpo e ser independente.
Melhorias
Para melhorar ainda mais o programa, acredito que ele deveria se tornar permanente. Se houvesse um acompanhamento dos brasileiros que estão limpando seus nomes agora, com consultorias financeiras gratuitas durante alguns anos, só teríamos a ganhar.
Para melhorar a situação de endividamento no País um dos remédios é a educação financeira, mas acredito que ela deva ser aplicada, principalmente, na base – nas escolas – para amenizar problemas futuros e acelerar o crescimento econômico.
Você também acredita que a educação financeira pode transformar a realidade de jovens brasileiros? Então venha dar aula para alunos de escolas públicas e ser um professor voluntário na Multiplicando Sonhos. Envie um e-mail para [email protected]
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Colaboração: Giovanna Castro e Andréa Tavares