- O Ibovespa encerrou agosto com baixa de 3,44%, aos 99.369,15 pontos
- As três ações que mais ganharam no mês foram Klabin (KLBN11), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3)
O Ibovespa encerrou o mês de agosto com desvalorização agregada de 3,44%, aos 99.369,15 pontos pontos. Após quatro meses seguidos em alta, desde o tombo de março, o principal índice da B3 voltou ao campo negativo em um período marcado por dúvidas em relação a questão fiscal do País.
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Em agosto, dois secretários importantes deixaram o ministério da Economia e boatos que Paulo Guedes também pedisse demissão da pasta deixaram os investidores apreensivos. Além disso, houve preocupação em relação à Câmara dos Deputados derrubar o veto presidencial nos aumentos salariais para o funcionalismo até o fim de 2021.
Apesar de nenhum dos cenários ter se concretizado, a situação fiscal do Brasil foi colocada em dúvida, o que aumentou a percepção de risco do País e desvalorizou a Bolsa de Valores.
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No mês, o dia de maior baixa foi nesta segunda-feira (31), com queda de 2,72%. No pregão, o índice foi influenciado pelo receio dos investidores em relação a divulgação do do Orçamento de 2021, que só ocorreu no final do dia. Na outra ponta, o melhor pregão foi na terça-feira (18), com valorização de 2,48%, após o “fico” de Guedes no governo e renovação pública de votos de confiança entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro.
Apesar do desempenho negativo do Ibovespa, nem todos os papéis caíram no mês. As três ações que registraram as maiores altas em agosto foram Klabin (KLBN11), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).
Confira o que afetou o desempenho desses três papéis:
Klabin (KLBN11): 24,88%
Com valorização de 24,88%, as ações registraram o melhor desempenho do mês, cotadas a R$ 25,80. O papel da companhia foi impulsionado no período pela divulgação de seu balanço do 2T20 e a alta de 5,17% do dólar em agosto, cotado a R$ 5,49, que impulsiona as empresas exportadoras.
Em comparação com o trimestre passado, seu prejuízo caiu de R$ 3,1 bilhões para R$ 383 milhões. Além disso, seu Ebitda cresceu 39% em um ano, para R$ 1,333 bilhão, e a receita líquida, ajudada pelas maiores vendas e pela depreciação do real ante o dólar, subiu 14%, para R$ 2,956 bilhões.
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Os analistas do Itaú BBA Daniel Sasson, Ricardo Monegaglia e Edgard Pinto de Souza viram os resultados como “sólidos”. “Esta alta anual foi impulsionada por maiores vendas tanto na divisão de papel quanto na de celulose, e por um real mais fraco no período”, escreveram em relatório.
No ano, as ações da empresa têm valorização de 40,29%.
Usiminas (USIM5): 24,60%
Com alta de 24,60%, as ações da empresa tiveram o segundo melhor desempenho de agosto e encerraram o mês cotadas a R$ 10,13. O papel da siderúrgica foi alavancado pelo aumento do preço do ferro na China no período e também pela alta da moeda americana.
No porto chinês de Qingdao, o minério teve alta de 5,44%, com os negociadores ponderando os efeitos dos fortes estímulos do governo chinês à economia interna após o impacto da pandemia de covid-19 no primeiro trimestre. “O recado é de que, para quem vender minério, vai haver demanda”, comenta Julia Monteiro, analista da MyCap.
No ano, as ações da empresa têm valorização de 7,54%.
CSN (CSNA3): 24,16%
Com variação positiva de 24,16% no mês, as ações da empresa fecham o top 3 das maiores altas de agosto, cotadas a R$ 15,21. Assim como no caso da Usiminas, o papel da CSN foi puxado pela grande demanda pelo minério de ferro e também alta do dólar.
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Além disso, o JP Morgan elevou a recomendação da CSNA3 de ‘underperform’ (desempenho abaixo da média do mercado) para neutra.
No ano, as ações da empresa têm valorização de 7,80%.
*Com Estadão Conteúdo