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Housi, do fundador do Grupo Vitacon, é a nova empresa na fila do IPO

Empresa de moradia sob demanda de Alexandre Frankel pretende ser a Netflix do setor imobiliário

Housi, do fundador do Grupo Vitacon, é a nova empresa na fila do IPO
Alexandre Frankel, fundador da Housi e da Vitacon (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo)

A febre dos IPOs na bolsa de valores brasileiras parece não ter fim. Na terça-feira (1°), a Housi, empresa do setor imobiliária criada por Alexandre Frankel, do Grupo Vitacon, protocolou um pedido de oferta inicial de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Voltada ao mercado imobiliário, que aposta em moradia on demand, a Housi é funciona como uma plataforma digital de gestão e aluguel de apartamentos, que permite a flexibilização da duração da estadia. Com objetivo de maximizar a rentabilidade do imóvel, a empresa disponibiliza moradias sem a necessidade de um contrato que dure por anos.

Frankel criou a Vitacon em 2009. Desde então, o Valor Geral de Vendas da companhia foi de aproximadamente R$ 4,57 bilhões. Entusiasta da tecnologia e da disrupção, ele acredita em um novo modelo para o setor imobiliário. Na Housi, por exemplo, ele imagina ser possível criar uma Netflix da moradia.

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A corrida das companhias para aproveitar a próxima janela para abertura de capital está intensa. Agora fazem parte da fila quase 50 empresas. Entre elas, Sequoia, a Elfa Medicamentos, a companhia de varejo Grupo Mateus, Banco Votorantim e Havan.

Setor vive bom momento, mas IPO sofrerá escrutínio duro do mercado

Caio Ventura, analista de fundos imobiliários da Guide Investimentos, diz que o setor imobiliário passa por um momento favorável, principalmente por causa da redução da taxa de juros.

“O segmento já vinha ganhando robustez antes da pandemia. Agora, com uma maior clareza sobre o cenário pós-covid-19, incluindo a manutenção da Selic nos patamares atuais, ele deve continuar bastante interessante”, afirma.

O analista destaca ainda que a Vitacon tem diferenciais que funcionam como um atrativo extra para o investidor. “A empresa tem marca forte em São Paulo e foco de operação em apartamentos compactos em regiões premium. Seus empreendimentos são referência em inovação”, diz. “É um player com uma proposta diferente e inovadora, em um mercado que apresenta pouca segmentação e competitividade.”

Com o reaquecimento da economia no terceiro trimestre, grandes incorporadoras retomam as construções e voltam a fazer lançamentos. Isso motiva muitas empresas do setor imobiliário a aproveitarem o momento para abril capital na Bolsa.

“A janela de IPOs está aberta e esse setor vai aquecer bastante. Há espaço para isso por conta dos juros baixos”, afirma Rodrigo Moliterno, sócio e head de renda variável da Veedha Investimentos. Ele diz que a proposta da Housi de oferecer um aluguel fracionado e mais dinâmico é um case interessante e que deve ser observado. Mas o IPO da empresa vai sofrer um escrutínio criterioso do mercado.

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“O mercado vai analisar se os múltiplos da empresa estão caros ou baratos. Ele não está aceitando preços tão altos. Há disposição em dar dinheiro, desde que o valuation esteja em nível aceitável e haja upside para investidor”, ressalva.

Ele cita as recentes ofertas iniciais de Pague Menos e Lavvi, que sofreram forte correção. “Essas empresas tiveram que baixar o preço de entrada da ação porque o mercado não queria pagar o proposto. Quando baixaram, aí sim houve demanda e elas conseguiram vender.”