Aos trancos e barrancos, a Bolsa de Valores brasileira conseguiu um bom desempenho em 2023, um ano marcado pelo início de um novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com mudanças de política fiscal, avanços na reforma tributária e o tão sonhado começo do ciclo de queda da taxa básica de juros do País.
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No meio de tantos eventos, o Ibovespa chegou à reta final do ano no maior patamar da sua história. Até o dia 22 de dezembro, o índice marcava 132.752,93 pontos, com uma valorização anual de 20,98%.
No primeiro semestre, a política ditou o jogo, para bem ou para mal, como relembra Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos. “O começo do ano foi bem negativo. As falas do novo governo sobre revogar reformas impactaram a Bolsa”, diz. “Nada foi concretizado e, no meio do ano, o Congresso conseguiu avançar com a reforma tributária, o arcabouço fiscal surgiu e tudo isso deu um momento bem positivo.”
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Do segundo semestre para frente, foram os juros que ditaram o tom do mercado – no Brasil e no exterior. O Banco Central brasileiro iniciou o ciclo de cortes na Selic em agosto, o principal gatilho positivo. Mas o otimismo não foi concretizado: ainda que os juros tenham caído, as atenções se voltaram para a política monetária dos Estados Unidos, que dava sinais de alerta para o mercado global.
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“Tivemos o começo do ciclo de corte de juros no Brasil, ao mesmo tempo que o mercado internacional começou a precificar mais altas de juros nos EUA. Ao invés de dar aquele momento positivo pelas empresas terem menos juros para pagar as suas dívidas, prevaleceu o receio com o cenário externo em boa parte do 2º semestre”, explica Cruz.
Com quedas expressivas em agosto, e outubro devolvendo boa parte dos ganhos acumulados no 1º semestre, o Ibovespa só foi se recuperar em novembro, quando dados mais positivos de inflação nos EUA indicaram que o ciclo de aperto monetário poderia estar perto do fim. Na última reunião, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa de juros no intervalo de 5,25% a 5,50%, nível mais elevado em 22 anos, mas indicou pela primeira vez que pode iniciar a reduzir os juros já em 2024.
O que esperar do Ibovespa
Ao que tudo indica, a Bolsa vai começar o ano nas máximas. A edição de novembro do LatAm Fund Manager Survey, relatório divulgado pelo Bank of America, mostra que 47% dos gestores de fundos da América Latina acreditam que o Ibovespa terminará o ano acima dos 130 mil pontos. Mas apenas 10% vêem o principal índice da B3 entre 140 mil e 150 mil pontos ao final de 2024.
No mercado nacional, o sentimento também é otimista. As primeiras projeções para o Ibovespa em 2024 já começaram a sair e mostram que analistas estão esperando por mais um ano de valorização na Bolsa brasileira.
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