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O Ibovespa vai bater recorde de 130 mil pontos? A análise gráfica responde

Gráficos mostram Ibov acima da média; analistas esperam correção, mas veem espaço para superar a alta histórica

O Ibovespa vai bater recorde de 130 mil pontos? A análise gráfica responde
Análise gráfica mostra Ibov acima da média, na direção de recorde histórico. (Foto: Pixabay)
  • O índice de referência da Bolsa de Valores brasileira encerrou esta segunda-feira (20) aos 125.957,06 pontos, no maior patamar de fechamento desde julho de 2021
  • Agora, investidores começam a sonhar em superar o recorde histórico de 130.766 pontos alcançado em 07 de junho de 2021; e a análise gráfica indica que isso pode acontecer ainda em 2023
  • Analistas explicam o que está impulsionando o índice e por que, mesmo com possíveis correções à frente, é possível ver o Ibov acima de 130 mil pontos

O Ibovespa disparou. O índice de referência da Bolsa de Valores brasileira encerrou esta segunda-feira (20) aos 125.957,06 pontos, no maior patamar de fechamento desde julho de 2021 – desde o início de novembro, mês que iniciou aos 113 mil pontos, já são 11,32% de valorização. Agora, investidores começam a sonhar em superar o recorde histórico de 130.766 pontos alcançado em 07 de junho de 2021.

Leia também: O que é o Ibovespa? Saiba como o índice funciona

Olhando sob o ponto de vista da análise gráfica, é bem possível que isso aconteça ainda em 2023. Também conhecida como análise técnica, esse método de estudo tenta identificar padrões de comportamento no mercado para detectar tendências de preços. Saiba mais detalhes.

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“A análise gráfica indica um forte fluxo comprador na Bolsa nos últimos dias e semanas, principalmente depois que dados negativos nos Estados Unidos em relação à força da economia forçaram a possibilidade dos juros não precisarem subir mais”, explica Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.

No último dia 14, o CPI, siga em inglês para o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos, ficou estável (0,0%) em outubro ante setembro, abaixo das expectativas. O alívio na inflação por lá gerou uma onda de otimismo nos mercados globais, reforçando a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, possa encerrar o ciclo de alta na taxa de juros por lá. Naquele dia, o Ibov saltou 2,29% – e desde então não parou mais.

“Vários indicadores técnicos mostram que o preço já está muito esticado e está na hora de retornar à média, um movimento de correção que costuma acontecer com todos os preços que se distanciam da média. Só que o índice não para de subir”, destaca Cohen.

Com o índice relativamente acima do seu último patamar de suporte, de 120 mil pontos, a análise indica que o Ibovespa está buscando seu nível histórico de 130 mil pontos. “É perfeitamente possível sonhar com os 130 mil pontos ainda em 2023. Por mais esticado que esteja, são mais 5 mil pontos dentro dos 125 mil; 5% de alta não é nada de surreal contando que temos um mês e meio para o ano encerrar”, diz o fundador da Escola de Investimentos.

Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, destaca que o último trimestre do ano já é uma época de sazonalidade positiva, o que o mercado costuma chamar de “rali de fim de ano” ou “rali de Natal“. Somado às notícias mais positivas do ponto de vista macroeconômico do cenário externo e interno, com sinalizações do governo em direção à meta de déficit fiscal zero em 2024, o caminho parece bem pavimentado para novas altas.

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“Enquanto o Ibovespa estiver em tendência de alta pelo gráfico diário, podemos testar e quiçá, superar a região dos 130 mil pontos. O mercado é dinâmico e a direção pode mudar a qualquer momento”, diz.

Espaço para correções naturais

Ainda que o Ibovespa esteja em uma trajetória acelerada de alta há alguns pregões e que analistas vejam espaço para a continuidade desse movimento, possíveis correções também devem acontecer. Na análise gráfica, predomina um entendimento de que nenhum ativo sobe em linha reta, mas sim a partir de uma variação de altas e baixas.

“A análise técnica preconiza que há alternância de direção entre impulso e correção, altas e baixas. Portanto, antes de apresentar novas altas, não seria descartável a hipóteses de o Ibov apresentar algum movimento corretivo, que pode ser agudo (quedas bruscas) ou lateral (sequência de dias com oscilação dentro de um range de preços)”, explica Petrokas, da Quantzed.

Dado que o Ibovespa acumula uma sequência significativa de valorização, uma pausa nesse movimento seria vista como algo natural. O que não significa, no entanto, que alguns pregões de queda sejam o fim do momento positivo da Bolsa brasileira.

Ao menos, este não é o cenário no radar dos analistas.

Gilberto Coelho, analista técnico da XP, destaca que, no geral, altas como esta recente do Ibov são seguidas de movimentos de correção, que tentam levar o índice na direção da média dos últimos 21 dias – que hoje seria algo perto dos 118 mil pontos.

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“Se começasse hoje um movimento destes, o índice poderia chegar perto dos 120 mil pontos. É uma correção que pode acontecer, não necessariamente vai acontecer”, explica. “Não vejo o mercado caindo abaixo disso, a não ser que venham notícias muito fora da curva no curto prazo, algo que não deve acontecer.”

A projeção da XP para o Ibovespa ao final de 2023 era de 128 mil pontos; bem perto do atual patamar. Mas Coelho não descarta a possibilidade de o índice superar o recorde histórico de 130 mil pontos ainda neste ano. Com a expectativa positiva para o médio e longo prazo, o analista começa a trabalhar com a possibilidade de o Ibov bater a casa dos 150 mil pontos no final do ano que vem.

O Itaú BBA também se mostra otimista com o Ibovespa em 2024; veja a projeção.

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