O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) subiu 0,7% em janeiro, indo de 3.311,43 pontos para 3.333,51 pontos. Segundo Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos, esse otimismo nos fundos imobiliários aconteceu por causa do ciclo de queda de juros.
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“Esse afrouxamento monetário no Brasil tem sido positivo para o mercado dos fundos imobiliários. Eu tenho dito isso desde agosto do ano passado, por isso tenho essa estimativa positiva para o setor”, afirma Lourenço.
Na quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto porcentual, fazendo a taxa ir de 11,75% para 11,25% ao ano.
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Segundo o boletim Focus desta semana, o mercado financeiro precifica que a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Esse ciclo de corte de juros é o que deixa os analistas ainda mais animados para o mês de fevereiro.
Lourenço comenta que não há nenhuma mudança estrutural e que as premissas seguem positivas. “O investidor que buscar aportar em fundos imobiliários no mês de fevereiro para o longo e médio prazo tende a surfar nesse ciclo queda de queda juros, que vai continuar até o fim do ano”, argumenta.
Outro ponto que deixa os analistas otimistas para o mês de fevereiro é que a resiliência dos fundos imobiliários foi comprovada em janeiro. Pedro Galdi, da Mirae Asset lembra que o Ibovespa recuou 4,79%, o que não aconteceu com o IFIX.
“Claro que o desempenho do IFIX foi baixo, o índice praticamente andou de lado. No entanto, ele não teve a correção enfrentada pelo mercado de ações, que sofreu por causa da expectativa de que o Federal Reserve adiaria o início do corte de juros para maio, afetando os fluxos de países emergentes como o Brasil. O IFIX resistiu bem a essa pressão”, explica Galdi.
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Mesmo com esse otimismo para o setor, Carolina Borges, analista da EQI Investimentos, acredita que o investidor deve tomar cautela em fevereiro, principalmente por causa da alta que o segmento passou em janeiro. “A alta dos fundos imobiliários de modo generalizado reduz a margem de segurança, pois pode haver correções, o que exigirá uma cautela do investidor em relação ao que comprar, prezando pela qualidade – imóveis, bem localizados, moderado risco de crédito e boa gestão”, explica.
A especialista também alerta para as emissões de cotas, conhecidas como follow-on no jargão do mercado. Ela comenta que tais ofertas tendem a gerar mais volatilidade no mercado, lembrando o caso do XP Malls (XPML11) e do BTG Pactual Logística (BTLG11).
“Ambos fizeram emissões de novas cotas e viram seus preços caírem em janeiro”, alerta a analista. Entretanto, ela concorda com Galdi e Lourenço e diz que as estimativas para os fundos imobiliários em fevereiro é de valorização e bom desempenho.
A recomendação dos analistas
Nas carteiras da EQI, Mirae Asset e Genial Investimentos, há recomendação para o BTG Pactual Crédito Imobiliário (BCTCI11). A Ágora Investimentos ainda não possui recomendações para fevereiro.
O BTG Pactual Crédito Imobiliário é um fundo de papel e tem como objetivo realizar investimentos imobiliários de longo prazo, principalmente por meio de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).
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Segundo os analistas da Genial Investimentos, esse fundo tem seu portfólio formado por CRIs e está 67% alocado em IPCA com juro real médio de 7,2% ao ano. Dentre seus devedores encontram-se empresas com boa qualidade de crédito como o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3).
“Nossa recomendação se baseia no carrego de IPCA+8,38%, devedores com uma boa qualidade de crédito, boa exposição setorial, e uma composição equilibrada de indexadores, utilizando CDI e IPCA, visando maximizar os rendimentos no curto e médio prazo com boa relação risco-retorno”, explicam os analistas da Genial.
No entanto, o BTG Pactual Crédito Imobiliário não é o favorito de cada analista. Galdi, da Mirae Asset, tem como favorito para fevereiro o Bresco Logística (BRCO11). Enquanto os analistas da Genial possui três fundos como favoritos para fevereiro, são eles: Malls Brasil (MALL11), RBR Alpha Fundo de Fundos (RBRF11) e o Plural Recebiveis Imobiliarios (PLCR11). A EQI não revelou a sua top pick para fevereiro.