- Uma visão sustentável precisa ser construída aos poucos em toda a população, considerando a realidade de cada grupo dela
- A educação financeira é também um meio para falar sobre sustentabilidade
- Quanto mais unimos os dois assuntos, educação financeira e sustentabilidade, mais temos a ganhar como sociedade
Já tem algum tempo que a sustentabilidade se tornou um tema nas empresas, na mídia, em rodas de amigos e até no mundo dos investimentos. Mas eu diria que foi no ano passado, com as ondas de calor extremo que enfrentamos em São Paulo e em outras regiões do Brasil e do mundo, que o assunto ganhou mais força. Ele se tornou urgente.
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Por outro lado, se no mundo dos negócios a sigla em inglês ESG – que se refere à responsabilidade com o meio ambiente, o entorno social e a governança de uma organização – já é bem conhecida e, para algumas pessoas, a reciclagem já é um costume, quando olhamos para boa parte da população, em especial os mais pobres, ainda não há um direcionamento claro sobre o que é sustentabilidade e qual o papel de cada um nesta conta.
Isso porque uma visão sustentável precisa ser construída aos poucos em toda a população, considerando a realidade de cada grupo dela. É um projeto de longo prazo, afinal, demanda mudança de comportamento. Quanto mais cedo, portanto, se possível ainda na infância, melhor.
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E sabe outra coisa que demanda mudança de comportamento? A educação financeira.
Educação financeira e sustentabilidade andam juntas
Há algum tempo eu acredito na educação financeira como um meio para falar também sobre sustentabilidade. É uma prática que temos nas nossas aulas da Multiplicando Sonhos, que oferecemos para turmas de terceiro ano do ensino médio em escolas públicas.
Essa conexão entre os dois assuntos ficou ainda mais clara para mim depois de uma conversa que tive sobre o assunto com a Maria Eugênia Buosi, sócia ESG de uma das maiores companhias de auditoria do mundo, a KPMG. “Sustentabilidade é sobre gestão de recursos, portanto a educação financeira pode e deve endereçar isso”, ela me disse.
“As duas coisas são sobre o consumir o que preciso, de forma equilibrada, planejando meus gastos e gerando menos desperdício. Comprando menos e, principalmente, escolhendo melhor o que comprar. Focando na qualidade eu gero menos resíduos”, completa. De acordo com Maria Eugênia, essa já é uma tendência que o mercado vem observando nos consumidores, especialmente os mais jovens. “O jeito de consumir está mudando”, afirma.
E o que tem mudado também nos últimos anos? O avanço na educação financeira, com cada vez mais canais de redes sociais falando sobre o assunto e com inclusão de pessoas ao sistema bancário por meio da tecnologia, com o Pix e as contas digitais.
Quanto mais unimos os dois assuntos, educação financeira e sustentabilidade, mais temos a ganhar como sociedade. E este é um compromisso que eu e a Multiplicando Sonhos temos assumido para levar a inclusão e o desenvolvimento social às periferias de São Paulo.
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Colaborou Giovanna Castro