- Maior crescimento se deu no segmento de baixa renda, com 3,5 mil unidades vendidas, um salto de 92% sobre o mês anterior
- Financiamentos atingiram um pico histórico, chegando a R$ 11,7 bilhões em agosto (alta de 75% sobre o mesmo mês de 2019), graças a taxas de juros mais baixas - 7,3% ao ano, em média
- Preços subiram pelo quarto mês consecutivo e estão em "clara tendência de alta". São Paulo puxa o movimento, mas o Nordeste também se recupera bem: em Salvador, os preços já subiram 11% em doze meses
A tão esperada recuperação ainda não chegou a todos os setores da economia brasileira. Mas o baque sentido pelo mercado imobiliário foi relativamente curto, e as construtoras já estão olhando para o horizonte pós-pandemia com entusiasmo renovado. De acordo com um relatório do Credit Suisse, o segmento residencial está apresentando uma típica retomada em “V”.
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O documento, assinado pelos analistas Daniel Gasparete, Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga, afirma que as vendas na capital paulista estão se recuperando em ritmo acelerado. Em agosto, elas foram 46% maiores que em julho e 44% maiores que no mesmo mês de 2019.
O maior crescimento, porém, se deu no segmento de baixa renda, que registrou recorde de vendas mensais, com cerca de 3,5 mil unidades vendidas. É um salto de 92% sobre o mês anterior. Os lançamentos mais que triplicaram e chegaram a 8 mil unidades, contra 2,6 mil em julho.
Financiamentos chegam a pico histórico
O motor de grande parte das vendas de imóveis no Brasil é o financiamento. E, de acordo com o estudo, as operações a prazo também atingiram um pico histórico, chegando a R$ 11,7 bilhões em agosto. É um incremento de 75% sobre o mesmo período do ano passado.
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Colabora para isso o fato de que as taxas de juros dessas operações estão mais baratas. De acordo com o banco, a taxa média praticada pelo mercado está em 7,3% ao ano – uma queda de 0,1% sobre a média de julho.
Embora a Caixa se mantenha na liderança absoluta, com 45% de market share, bancos privados têm crescido suas participações, com destaque para o Santander – que, graças a uma estratégia mais agressiva de taxas, viu seus financiamentos crescerem 55% sobre o mês anterior.
Preços sobem pelo 4º mês seguido
O relatório conclui que há uma “clara tendência de alta” nos preços. Em agosto, eles subiram pelo quarto mês consecutivo. A alta foi de 0,4% sobre julho e de 10% em doze meses.
Esse movimento é mais intenso na cidade de São Paulo, onde os preços subiram 16% em um ano, enquanto no Rio de Janeiro a recuperação vem sendo mais tímida, com alta de 3,5%.
Os mercados das principais capitais do Nordeste estão ganhando tração, principalmente Salvador, onde os imóveis estão em média 11% mais caros. Já em Fortaleza e Recife, as altas em doze meses foram de 5% e 3%, respectivamente.
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Para os analistas, o mercado imobiliário está tendo uma recuperação em “V” devido ao aumento da confiança das construtoras – que saltou 4.3 pontos em agosto, chegando a 87.5 pontos.
A inflação medida pelo INCC, que captura a variação de preços da construção civil, acumula alta de 5% desde janeiro deste ano, puxada pelo aumento nos preços de materiais e insumos, que subiram 7,6% no mesmo período. Já o custo da mão de obra permanece estável na média nacional, mas, olhando mais de perto as regiões brasileiras, cresceu 2% no Nordeste e 4% no Sudeste.