- Moeda brasileira foi destacada como uma das poucas divisas de países emergentes que seriam boas apostas para o investidor. O rublo russo e o won sul-coreano também são recomendados pela casa
- Credit Suisse entende que o valuation do real continua atrativo. Melhora da balança comercial brasileira reforça a aposta do banco
- Eleições nos EUA, incertezas quanto ao crescimento das economias e covid-19 devem manter a volatilidade no curto prazo. Mesmo assim, a tendência é que dólar caia, já que EUA devem renovar estímulos à economia global
O real tem sobressaído entre as moedas de países emergentes, mas não da maneira como todos gostariam: a Brasileira está entre as que mais perderam valor em relação ao dólar neste ano. Além dos picos de aversão a risco que fazem o investidor internacional correr para o abrigo do dólar, tornando-o mais caro, o Brasil ainda tem o peso da questão fiscal, que aumenta o risco-país e pressiona a moeda negativamente.
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Mas nem tudo são más notícias para o real. Na opinião do Credit Suisse, a moeda brasileira foi destacada como uma das poucas divisas de países emergentes que seriam boas apostas para o investidor. As outras recomendadas pela casa são o rublo russo e o won sul-coreano.
“No último mês, as moedas de países emergentes não tiveram um driver muito claro e foram pressionadas pelas grandes oscilações no apetite de risco global e também pela preocupação com as perspectivas de crescimento da economia”, diz o documento assinado por Luca Bindelli. “Por isso, preferimos ter um foco seletivo em poucas moedas: real, rublo e won.”
Aposta no real parte de melhoras nos fundamentos
As razões para o banco suíço escolher o real fazem parte de uma avaliação mais positiva sobre os fundamentos da economia brasileira. “Sob o prisma fundamentalista, o valuation do real continua atrativo. A balança comercial brasileira está melhorando e uma inflação acima da esperada pode levar o BC a mudar sua postura dovish”, justifica o relatório.
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Sobre as outras moedas emergentes destacadas, o banco diz que o rublo russo tem um carrego ajustado ao risco relativamente atraente e o país vive um momento de dinamismo econômico e melhorias nas contas externas. Já o won sul-coreano é a única divisa asiática cujos ganhos no curto prazo não são limitados pelas incertezas trazidas pelo cenário eleitoral norte-americano.
Dólar deve perder preço com queda na percepção de risco
O índice do dólar norte-americano (DXY), que expressa o valor dessa moeda perante uma cesta de outras seis (euro, iene, libra, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), teve ligeira alta, de 1,5%. O índice sobe quando o dólar se fortalece em relação a outras moedas.
Contribuíram para esse movimento a incerteza sobre as eleições nos EUA, uma eventual desaceleração real no ritmo de crescimento das economias e e a covid-19. Todos esses fatores devem manter a volatilidade elevada no curto prazo.
“Mesmo assim, é provável que a injeção de novos estímulos pelos EUA sustente a economia global nos próximos meses, ainda que isso sacrifique o quadro fiscal daquele país. E não acreditamos que os eventuais riscos alterem a tendência de que o dólar se desvalorize no curto prazo”, escreve Bindelli.
O relatório diz ainda que o euro tende a elevar sua vantagem relativa sobre o dólar e que, além dessa moeda, o investidor deve considerar as coroas sueca e norueguesa e o dólar neozelandês para diversificar. “A libra esterlina deve permanecer muito volátil no curto prazo, já que o risco de um Brexit duro (sem negociação) é bastante elevado”, conclui o banco.
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