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Queda de ações da Petrobras (PETR3; PETR4) volta a derrubar Ibovespa hoje

Tensão no mercado aumenta à espera de reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o CEO da estatal

Queda de ações da Petrobras (PETR3; PETR4) volta a derrubar Ibovespa hoje
A Petrobras passou, na última sexta-feira (8), pelo seu pior pregão desde 22 de fevereiro de 2021. (Imagem: chanjaok1, em Adobe Stock)

As ações da Petrobras retornaram do fim de semana pressionando o Ibovespa hoje, assim como ocorreu no último pregão da semana passada, mas os papéis da companhia passaram a reagir uma hora depois da abertura. Às 11h05 desta segunda-feira (11), os papéis operavam em queda de 0,38% (PETR3) e alta de 0,08% (PETR4), negociadas a R$ 36,84e R$ 36,15 respectivamente – começaram o dia, no entanto, com recuos acima de 1%. O Ibovespa, por sua vez, abriu em baixa de 0,43%, aos 126.526,61 pontos, e no mesmo horário acima já havia ampliado a queda para 0,53%.

A desvalorização das ações da Petrobras ainda repercute a decisão da companhia de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas neste ano, anunciada na quinta-feira (7), junto com o balanço do quarto trimestre de 2023. Com perdas em torno de 10%, a estatal passou pelo seu pior pregão desde 22 de fevereiro de 2021, no caso das ações ordinárias (PETR3), e desde outubro de 2022 para as preferenciais (PETR4), segundo levantamento feito por Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

Para esta segunda-feira, a tensão continua à espera de reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que está prevista para as 15 horas. A expectativa é que eles discutam a decisão da companhia de não pagar os dividendos extraordinários. Integrantes da equipe econômica do governo defendem que o pagamento dos proventos pode auxiliar o Ministério da Fazenda no esforço para cumprir a meta de déficit zero, visto que a União é o principal acionista da petrolífera.

O que aconteceu com a Petrobras

Em vez disso, a companhia decidiu distribuir somente o mínimo estabelecido pela Política de Remuneração aos Acionistas. Ou seja, 45% do fluxo de caixa livre, um montante de R$ 14,2 bilhões. Outros R$ 43,9 bilhões da reserva estatutária serão represados. A decisão deve ser oficializada em à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024.

Em carta junto à divulgação do balanço, o presidente da estatal afirmou que os dividendos de R$ 72,4 bilhões distribuídos nos últimos meses, referentes ao exercício de 2023, “é um valor que se reverte para a sociedade brasileira”. De acordo com Prates, além dos dividendos, o País também se beneficia com a arrecadação de impostos, com a estatal em 2023 pagando R$ 240 bilhões em tributos, e os sucessivos recordes de valor de mercado desde que assumiu a gestão da companhia, em janeiro de 2023.

O mercado, no entanto, não entendeu assim. Frustrados, os investidores venderam os papéis e a petroleira perdeu R$ 54,3 bilhões em valor de mercado na sessão de sexta-feira. Em dois dias, a desvalorização chegou a R$ 70 bilhões – agora, a empresa está avaliada em R$ 474,7 bilhões (sem contar os movimentos dos papéis desta segunda-feira).

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A surpresa negativa em relação aos dividendos alimentou os temores de uma reviravolta na empresa. No final do mês passado, Prates já havia sinalizado para um corte no volume de distribuição de proventos. A diminuição vem para suprir os investimentos em uma transição energética entre 2024 e 2028. O objetivo é que a estatal do petróleo deixe de ser dependente de combustível fóssil e passe a prover também energia renovável – uma guinada que provoca dúvidas e não agrada a todos.