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- As ações da Petrobras (PETR4) operam no vermelho durante as negociações desta sexta-feira (8). Até as 13h, a estatal perdeu R$ 53 bilhões em valor de mercado com a desvalorização
- Mesmo com o não pagamento de dividendos extraordinários, os investidores com posição em Petrobras receber R$ 14,2 bilhões em proventos relativos ao resultado do balanço do quarto trimestre de 2023
- Na avaliação de alguns analistas, os resultados vieram em linha com as estimativas de mercado e a companhia ainda apresenta bons indicadores operacionais
A decisão da Petrobras (PETR3; PETR4) em não distribuir dividendos extraordinários frustrou os investidores que estavam à espera de uma remuneração a mais da companhia. As ações refletiram o descontentamento do mercado e encerraram com quedas de dois dígitos durante as negociações desta sexta-feira (8), em meio aos rebaixamentos de recomendação de analistas.
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Apesar de todo alvoroço, há bancos que reiteraram a recomendação de compra do papel por ainda enxergar vantagens competitivas da estatal e resultados em linha com as estimativas do mercado. Daniel Cobucci, analista do BB Investimentos, faz parte desse grupo. Ele afirma que a empresa continua operacionalmente robusta com forte geração de caixa e baixo custo. Assim, a frustração do mercado pode até ser compreensível, mas a estatal continua com uma distribuição de dividendos dentro da normalidade, afirma.
- Veja os detalhes: Petrobras tem pior pregão desde 2021 com decepção sobre dividendos
“O anúncio de ontem mantém a companhia alinhada aos pares internacionais, pagando 45% do fluxo de caixa menos investimentos e a constituição da reserva de caixa, que não pode ser usada para investimentos, não muda nossa visão de longo prazo para a companhia”, escreveu Cobucci, em relatório divulgado na tarde desta sexta-feira.
Sem os dividendos extraordinários, os investidores com posição em Petrobras devem receber R$ 14,2 bilhões em proventos relativos ao resultado do balanço do quarto trimestre de 2023. O montante corresponde a uma remuneração de R$ 1,09894844 por ação preferencial e ordinária. O pagamento será feito em duas parcelas iguais de R$ 0,54947422 nos dias 20 de maio e 20 de junho deste ano.
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“As boas perspectivas de crescimento da produção, os custos de extração reduzidos, a continuidade do foco no pré-sal e a disciplina de capital que a gestão atual tem sinalizado justificam nosso olhar mais construtivo sobre a companhia, ainda que riscos persistam”, afirma o analista do BB, que tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 42 para o fim de 2024 – um potencial de alta de 15,8%, em relação à cotação da sexta-feira.
O BTG Pactual (BPAC11) também enxerga pontos positivos na tese de investimentos da Petrobras que ainda justificam a recomendação de compra das ações da estatal. O banco diz que há chances de que a Petrobras apresente uma produção maior acompanhada por um menor investimento. Juntos, devem desencadear estimativas positivas sobre o lucro da estatal no futuro.
“Ainda vemos a Petrobras sendo negociada com um dividendo orgânico de 12% em 2024”, escreveram os analistas do BTG. “Do ponto de vista de EV/Ebitda (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Petrobras é também negociada com um desconto de 24% em relação aos players globais e de 32% em relação aos pares locais”, acrescentaram os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez. Com essa visão, o BTG mantém recomendação de compra dos ADRs da Petrobras com um preço-alvo de US$ 19, equivalente a R$ 94,66.
O Goldman Sachs também reitera a sua recomendação de compra para as ações da Petrobras com o preço-alvo de 48,90 por ação ordinária e o de R$ 44,40 por ação preferencial. As faixas de preço representam uma valorização de 32,2% e 22,9%, respectivamente, em relação a cotação de sexta-feira.
Os riscos que envolvem a Petrobras
A recomendação de compra dos bancos não esconde os riscos que rodeiam a Petrobras daqui para frente. O BTG Pactual ressalta que os próximos comunicados da estatal assim como as mensagens do governo serão cruciais para sustentar a atratividade do papel. “A decisão de reter uma parcela significativa do os lucros da empresa aumentaram merecidamente a percepção de risco”, destacou BTG.
Já o BB Investimentos orienta os investidores ficarem atentos aos interesses dos acionistas controladores, especialmente no que diz respeito às decisões de alocação de capital. A Petrobras, assim como outras petroleiras, aponta para investimentos em energias renováveis. O banco enxerga a estratégia como fundamental, mas ressalta que o processo deve ser feito de forma gradual. Caso contrário, poderá investir em segmentos com menores retornos.
“A companhia tem alocado um percentual crescente nesse setor, mas sem tirar o foco do pré-sal. Portanto, os principais riscos são de uma eventual elevação do Capex (investimentos) em renováveis acima do esperado, assim como mudanças nas políticas comercial e de dividendos”, cita Cobucci, analista do BB.
Ação em queda
A decepção do mercado sobre o não pagamento dos dividendos extraordinários foi responsável pela derrocada que chegou a dois dígitos das ações da Petrobras durante as negociações de sexta-feira (8). A sangria foi responsável por um perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da companhia apenas nas três primeiras horas do pregão, segundo levantamento feito por Einar Rivero, diretor da Elos Ayta Consultoria.
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No encerramento da sessão de sexta-feira, as ações ordinárias da Petrobras apresentaram quedas 10,37%, cotadas a R$ 36,98. Os papéis preferenciais da companhia fecharam com baixa de 10,57%, negociados a R$ 36,12.