Publicidade

Mercado

Por que esses 3 bancos ainda recomendam compra de Petrobras (PETR4)?

Estatal decepcionou o mercado ao apresentar o balanço sem dividendos extraordinários

Por que esses 3 bancos ainda recomendam compra de Petrobras (PETR4)?
Recomendação de compra dos bancos não esconde os riscos que rodeiam a Petrobras. (Imagem: chanjaok1, em Adobe Stock)
  • As ações da Petrobras (PETR4) operam no vermelho durante as negociações desta sexta-feira (8). Até as 13h, a estatal perdeu R$ 53 bilhões em valor de mercado com a desvalorização
  • Mesmo com o não pagamento de dividendos extraordinários, os investidores com posição em Petrobras receber R$ 14,2 bilhões em proventos relativos ao resultado do balanço do quarto trimestre de 2023
  • Na avaliação de alguns analistas, os resultados vieram em linha com as estimativas de mercado e a companhia ainda apresenta bons indicadores operacionais

A decisão da Petrobras (PETR3; PETR4) em não distribuir dividendos extraordinários frustrou os investidores que estavam à espera de uma remuneração a mais da companhia. As ações refletiram o descontentamento do mercado e encerraram com quedas de dois dígitos durante as negociações desta sexta-feira (8), em meio aos rebaixamentos de recomendação de analistas.

Apesar de todo alvoroço, há bancos que reiteraram a recomendação de compra do papel por ainda enxergar vantagens competitivas da estatal e resultados em linha com as estimativas do mercado. Daniel Cobucci, analista do BB Investimentos, faz parte desse grupo. Ele afirma que a empresa continua operacionalmente robusta com forte geração de caixa e baixo custo. Assim, a frustração do mercado pode até ser compreensível, mas a estatal continua com uma distribuição de dividendos dentro da normalidade, afirma.

“O anúncio de ontem mantém a companhia alinhada aos pares internacionais, pagando 45% do fluxo de caixa menos investimentos e a constituição da reserva de caixa, que não pode ser usada para investimentos, não muda nossa visão de longo prazo para a companhia”, escreveu Cobucci, em relatório divulgado na tarde desta sexta-feira.

Sem os dividendos extraordinários, os investidores com posição em Petrobras devem receber R$ 14,2 bilhões em proventos relativos ao resultado do balanço do quarto trimestre de 2023. O montante corresponde a uma remuneração de R$ 1,09894844 por ação preferencial e ordinária. O pagamento será feito em duas parcelas iguais de R$ 0,54947422 nos dias 20 de maio e 20 de junho deste ano.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“As boas perspectivas de crescimento da produção, os custos de extração reduzidos, a continuidade do foco no pré-sal e a disciplina de capital que a gestão atual tem sinalizado justificam nosso olhar mais construtivo sobre a companhia, ainda que riscos persistam”, afirma o analista do BB, que tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 42 para o fim de 2024 – um potencial de alta de 15,8%, em relação à cotação da sexta-feira.

O BTG Pactual (BPAC11) também enxerga pontos positivos na tese de investimentos da Petrobras que ainda justificam a recomendação de compra das ações da estatal. O banco diz que há chances de que a Petrobras apresente uma produção maior acompanhada por um menor investimento. Juntos, devem desencadear estimativas positivas sobre o lucro da estatal no futuro.

“Ainda vemos a Petrobras sendo negociada com um dividendo orgânico de 12% em 2024”, escreveram os analistas do BTG. “Do ponto de vista de EV/Ebitda (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Petrobras é também negociada com um desconto de 24% em relação aos players globais e de 32% em relação aos pares locais”, acrescentaram os analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Henrique Pérez. Com essa visão, o BTG mantém recomendação de compra dos ADRs da Petrobras com um preço-alvo de US$ 19, equivalente a R$ 94,66.

O Goldman Sachs também reitera a sua recomendação de compra para as ações da Petrobras com o preço-alvo de 48,90 por ação ordinária e o de R$ 44,40 por ação preferencial. As faixas de preço representam uma valorização de 32,2% e 22,9%, respectivamente, em relação a cotação de sexta-feira.

Os riscos que envolvem a Petrobras

A recomendação de compra dos bancos não esconde os riscos que rodeiam a Petrobras daqui para frente. O BTG Pactual ressalta que os próximos comunicados da estatal assim como as mensagens do governo serão cruciais para sustentar a atratividade do papel. “A decisão de reter uma parcela significativa do os lucros da empresa aumentaram merecidamente a percepção de risco”, destacou BTG.

Já o BB Investimentos orienta os investidores ficarem atentos aos interesses dos acionistas controladores, especialmente no que diz respeito às decisões de alocação de capital. A Petrobras, assim como outras petroleiras, aponta para investimentos em energias renováveis. O banco enxerga a estratégia como fundamental, mas ressalta que o processo deve ser feito de forma gradual. Caso contrário, poderá investir em segmentos com menores retornos.

“A companhia tem alocado um percentual crescente nesse setor, mas sem tirar o foco do pré-sal. Portanto, os principais riscos são de uma eventual elevação do Capex (investimentos) em renováveis acima do esperado, assim como mudanças nas políticas comercial e de dividendos”, cita Cobucci, analista do BB.

Ação em queda

A decepção do mercado sobre o não pagamento dos dividendos extraordinários foi responsável pela derrocada que chegou a dois dígitos das ações da Petrobras durante as negociações de sexta-feira (8). A sangria foi responsável por um perda de R$ 50 bilhões em valor de mercado da companhia apenas nas três primeiras horas do pregão, segundo levantamento feito por Einar Rivero, diretor da Elos Ayta Consultoria.

No encerramento da sessão de sexta-feira, as ações ordinárias da Petrobras apresentaram quedas 10,37%, cotadas a R$ 36,98. Os papéis preferenciais da companhia fecharam com baixa de 10,57%, negociados a R$ 36,12.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos