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Conheça o fundo de ações que rendeu 33,02% nos últimos 12 meses

Crise do coronavírus não foi suficiente para negativar a rentabilidade

Conheça o fundo de ações que rendeu 33,02% nos últimos 12 meses
Foto: Pixabay
  • Fundo da Forpus Capital se destacou entre os 10 fundos de ações com mais captações do País
  • Estratégia inclui análise Top-Down, investimento setorial, carteira 130/30 e proteção de risco de cauda
  • Antes da crise, carteira era focada no mercado interno

O mercado acionário foi pego de surpresa com a crise do coronavírus. Em questão de semanas, a bolsa de valores brasileira derreteu e, junto com ela, os fundos de ações. Quedas de até 30% não foram raras no mês de março e o desempenho negativo puxou para baixo até a rentabilidade acumulada dos últimos 12 meses.

Mas um levantamento feito pela Economatica, que considerou os 10 fundos de ações com mais captações do País, mostra dois sobreviventes com desempenho positivo entre março de 2019 e março de 2020: o fundo da Forpus Capital, com 33,02% de rentabilidade no período, e o fundo de ações livres da Investidor Profissional, com 4,05%.

No mar de resultados negativos, uma alta de 33,02% em 12 meses é no mínimo curiosa. O E-Investidor foi entender os motivos por trás de um desempenho tão robusto em relação aos demais.

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Para o sócio da Forpus Capital, Luiz Nunes, existe uma série de fatores que contribuíram para o resultado. O primeiro deles é o fato de a casa ter uma estratégia única, ou seja, focada 100% em ações. “Nosso objetivo é superar o Ibovespa”, disse ele. A meta está sendo atingida. Desde 2015, quando o fundo foi criado, o Forpus Ações acumula valorização de 243,95% ante 37,84% do índice Bovespa.

O segundo fator seria o modelo gestão “top down”. Isso significa que a Forpus analisa primeiro o cenário político e macroeconômico do País, e do mundo, para depois escolher em quais recursos do fundo deve aplicar.

De acordo com a analista da Ágora Investimentos, Ana Carolina Barroso, esse estilo de gestão é raro em fundos de ações. “A grande maioria tem uma análise fundamentalista, bottom up, que é o contrário. Os gestores olham primeiro para o valor das empresas e não necessariamente levam em consideração o cenário econômico”, explicou.

O estilo de cima para baixo também pode dar mais flexibilidade para o fundo mudar estratégias. “Quando o mercado chacoalha, quem faz top down consegue estar muito mais protegido”, diz Barroso.

Depois de feita a análise macro do mercado, a estratégia de investimentos da casa é setorial. “Nós escolhemos uma cesta de ações de empresas diferentes e dentro do setor que nos interessa. Buscamos diversificar para não ficarmos expostos ao risco de uma mesma companhia”, explicou Nunes.

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Outra preocupação da Forpus é carregar proteção do chamado ‘risco de cauda’. “Sempre temos opções para nos proteger de uma mudança brusca que o mercado pode sofrer, como essa crise do coronavírus”, afirmou o sócio da casa de investimentos.

Para Barroso, o mecanismo que permite essa resposta rápida a comportamentos inesperados do mercado é a carteira ter distribuição 130/30 – comprado 130% em ações que a gestora espera alta e vendido 30% em ativos que a Forpus pretende lucrar com a queda. “É um fundo Long Biased, ou seja, maioria comprado e uma pequena parte vendida para dar proteção. Essa estratégia permite ganhar tanto com a alta, quanto com a baixa dos papéis”, explicou a analista da Ágora.

Fora do quesito análise e proteção, o fundo Forpus Ações também tem o histórico de aplicações fora do dinheiro. “Quem tinha ações ou índice fora do dinheiro teve mais condições de se proteger ou ter rentabilidade positiva quando estourou a crise”, disse Barroso.

Composição da Carteira

A composição da carteira do fundo de ações da Forpus, até o mês de março, era majoritariamente focada no consumo interno, com exposição média nos setores de utilidade pública (26%), construção civil (18%), consumo em varejo (15%), agrícola (12%), indústria (7,5%), logística (7%) e infraestrutura (4,5%). Na fatia vendida, que são as apostas de queda, os setores predominantes eram aviação (3%) e shoppings (7%).

Hoje, o fundo está passando por um realinhamento da carteira, já pensando no cenário pós-crise. “Estamos focando na economia externa: commodities e empresas com atuação forte como Vale, Klabin, Usiminas e Petrobrás”, disse Nunes. “E como acreditamos na alta dos juros no longo prazo, também estamos de olho no setor bancário.”

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