A agenda econômica desta quinta-feira (20) traz como pontos altos a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e discursos de três dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). No Brasil, o mercado repercute o desfecho do Comitê de Política Monetária (Copom) e inclui o leilão do Tesouro de Letras do Tesouro Nacional (LTN, títulos prefixados) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F, título de renda fixa).
Decisão do Copom
Os juros futuros e o dólar podem ter algum alívio nesta quinta-feira, refletindo a decisão do Copom de manter a Selic em 10,50%, conforme esperado, especialmente devido ao placar unânime.
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Isso tende a reduzir os ruídos recentes após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomar críticas aos juros elevados e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Veja detalhes nesta matéria.
Para o Citi, a decisão do Copom deverá ser um bom presságio para os ativos brasileiros, uma vez que a unanimidade “apoia a credibilidade do banco central em relação à meta de 3% para a inflação“. Na mesma linha, o Itaú (ITUB4) afirma que o comunicado deve “ajudar a restaurar o compromisso do comitê” com os objetivos inflacionários.
Juros no exterior
O mercado futuro das bolsas de Nova York mostra sinal positivo após o feriado, enquanto os mercados europeus ganham fôlego antes da decisão do BC inglês.
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O anúncio de corte de juros pelo Banco Central da Suíça pela segunda vez consecutiva, de 1,50% para 1,25%, impulsiona os pregões do Velho Continente. Essa decisão ocorre duas semanas após o Banco Central Europeu (BCE) ter realizado seu primeiro corte de juros desde 2019.
Por outro lado, o Banco Central da Noruega manteve a taxa básica em 4,5% e reiterou a previsão de manutenção desse nível “por algum tempo”.
O Banco da Inglaterra tende a seguir o mesmo caminho, mantendo as taxas de juros inalteradas em 5,25% pela sétima vez consecutiva. Esse movimento é influenciado pelo conturbado cenário político do país às vésperas de uma eleição extraordinária e pelas leituras de inflação ainda muito resistentes. Na China, o Banco do Povo da China (PBoC) também optou por não alterar as principais taxas de juros.
Agenda econômica no Brasil
A alta nos retornos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) pode exercer pressão sobre as taxas futuras mais longas.
O mercado também está absorvendo declarações da presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Magda Chambriard, que assumiu o cargo na última quarta-feira e declarou estar alinhada a Lula. Confira detalhes nesta matéria.
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Entre as commodities, o petróleo Brent registra leve alta de 0,15%, a US$ 82,22 por barril, enquanto o WTI opera perto da estabilidade (+0,03%), a US$ 81,60. O minério de ferro, por sua vez, fechou em queda de 0,36% em Dalian, a US$ 113,61 por tonelada.
Agenda do dia
A agenda desta quinta-feira destaca a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra às 8 horas. Três dirigentes do Fed farão discursos: Neel Kashkari, de Minneapolis, às 9h45; Thomas Barkin, de Richmond, às 17h00; e Mary Daly, de São Francisco, às 23h15.
Nos Estados Unidos, serão divulgados os pedidos de auxílio-desemprego da semana passada e as construções de moradias iniciadas em maio às 9h30. Na zona do euro, o índice de confiança do consumidor de maio será divulgado às 11h00.
No Brasil, a agenda enxuta destaca o leilão de prefixados do Tesouro de LTN e NTN-F às 11h00.