As dúvidas sobre as chances de um corte nos juros dos Estados Unidos, que deram força ao dólar, somadas às preocupações com o cenário fiscal e aos sinais reiterados de preocupação do Comitê de Política Monetária (Copom) com a desancoragem das expectativas de inflação levaram a mais um aumento nas taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) nesta terça-feira (25), principalmente na parte longa da curva, mais afetada pela percepção de riscos.
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Marcos Weigt, head da Tesouraria do Travelex Bank, mencionou que hoje houve um movimento geral de valorização do dólar, em particular na comparação com moedas emergentes, mas que o comportamento do real foi “um pouquinho pior”, o que repercutiu também na curva de juros.
“Quando você olha a taxa de cinco anos do Brasil contra o México, em janeiro o diferencial estava 1,50 ponto maior aqui do que lá. Agora, está em 2,42, sendo que a gente cortou mais taxa do que eles. Essa deterioração de risco é por causa do fiscal”, avaliou.
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“O mercado como um todo está muito sensível e aguardando alguma notícia do lado fiscal. A postura do Banco Central na semana passada mantendo a taxa com unanimidade foi uma notícia boa, mas aí chega um ponto em que necessita de alguma notícia mais positiva”, afirmou o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia.
Hoje os investidores também digeriram a ata da mais recente reunião do Copom. No documento, o Banco Central aumentou a sua estimativa de taxa de juros real neutra, de 4,5% para 4,75%, e antecipou uma revisão na sua estimativa de hiato do produto. O grupo apontou que o hiato saiu do território negativo, conforme a estimativa divulgada no final de março, para “em torno da neutralidade”.
O mercado inicialmente não reagiu ao documento, mas acabou olhando para a ata com mais atenção no decorrer do dia, segundo Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital. Ele considerou que o documento manteve o “tom duro” já reproduzido no comunicado publicado na quarta-feira passada, mas trouxe “elementos adicionais”, em particular a respeito do cenário fiscal.
“O Copom muitas vezes frisou na reunião anterior a respeito do risco fiscal, de todo o potencial que isso tem para desancorar as expectativas de inflação, mas hoje isso foi reforçado múltiplas vezes”, disse Arend, acrescentando que as preocupações com o cenário externo também chamaram a atenção.
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A taxa do contrato de DI para janeiro de 2025 subiu a 10,555%, de 10,554% ontem. A taxa para janeiro de 2026 teve alta a 11,100%, de 11,092%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 aumentou a 11,475%, de 11,449%. Na ponta longa, a taxa para janeiro de 2029 subiu a 11,915%, de 11,850%.