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JPMorgan reduz projeção do Ibovespa, mas vê Brasil como melhor opção “latina”

Nos próximos meses, banco acredita que o foco dos investidores estará na transição de comando do Banco Central

JPMorgan reduz projeção do Ibovespa, mas vê Brasil como melhor opção “latina”
Painel de cotação de bolsa de valores (Foto: Summit Art Creations em Adobe Stock)

O JPMorgan reduziu a sua projeção do Ibovespa para 2024, mas manteve exposição overweight (acima da média) para o Brasil. Agora o banco estima que a principal referência da B3 chegue aos 135 mil pontos ao final do ano – antes a expectativa era de que o índice atingisse 142 mil pontos. O recuo na projeção ocorre em meio à pausa do ciclo de flexibilização monetária e às incertezas com o cenário fiscal no País.

Em seu cenário mais otimista, o JPMorgan acredita que o Ibovespa poderia alcançar 140,5 mil pontos. Já no ambiente mais negativo, teria chance de cair para 113.700 pontos. Vale destacar que o banco não foi o único a recalcular a rola em relação ao índice. Conforme mostramos nesta reportagem, muitas corretoras já revisaram as projeções para Ibovespa até dezembro, colocando o preço ideal para o índice na faixa dos 150 mil a 135 mil pontos. Atualmente, o IBOV é negociado na linha de 122 mil pontos.

Apesar de reduzir a projeção para o índice, o JPMorgan considera que o mercado acionário brasileiro continua sendo a melhor opção na América Latina, com potencial de receber fluxos de investimentos caso o cenário externo melhore. “Isto é especialmente verdade agora que a incerteza política está de volta ao México”, destaca o banco se referindo à troca no comando do país, com a eleição de Claudia Sheinbaum.

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Em seu relatório de estratégias para a América Latina no segundo semestre de 2024, o JPMorgan afirma que as atenções do mercado estarão voltadas para as eleições nos Estados Unidos nos próximos meses, assim como para possíveis cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed). O banco acredita que a flexibilização monetária no país deve começar em novembro, após o período eleitoral. “Continuamos a pensar que o início do corte de juros nos Estados Unidos poderia proporcionar um grande movimento nos ativos de risco, não muito diferente do que foi visto no final de 2023”, ressalta.

Já no cenário brasileiro, o JPMorgan considera que o foco estará na transição de comando do Banco Central (BC), com o fim do mandato de Roberto Campos Neto em dezembro deste ano. As incertezas em relação ao futuro do BC foram ampliadas após a reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada por um “racha” entre os membros do colegiado indicados pelo governo anterior e os nomeados por Lula. “Um presidente que traga credibilidade ao BC faria maravilhas para melhorar o risco brasileiro, em nossa opinião”, ressalta o JPMorgan.

Além da questão relacionada à transição no BC, o banco destaca que as atenções também estarão voltadas à trajetória fiscal do País. Se o governo adotar uma abordagem “mais razoável” no controle das contas públicas, é possível que o mercado brasileira se fortaleça, ainda mais em um contexto marcado por bom crescimento, baixo desemprego e inflação estável.

O JPMorgan ainda enfatiza que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre saiu na frente das expectativas, com o consumo e os serviços impulsionando o crescimento. Embora o próximo trimestre possa sofrer um abalo devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul, a reconstrução do Estado poderá impulsionar o crescimento nos meses seguintes. “E um maior crescimento tem o poder de camuflar, pelo menos temporariamente, a maioria dos outros problemas locais”, pontua o banco.

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De forma geral, o JPMorgan acredita que o mercado já precificou diferentes eventos negativos para a Bolsa brasileira, sendo difícil uma piora no cenário. “As expectativas são muito baixas neste momento. As taxas de juros não estão caindo mais, as metas fiscais foram revisadas mais do que o esperado, os lucros da temporada de balanços das empresas não resultaram em revisões ascendentes e os ativos do Brasil foram afetados negativamente pelos problemas políticos de outros países. O que mais pode dar errado?”

As ações preferidas do JPMorgan no Brasil

Em seu relatório, o JPMorgan também elencou suas top picks (ações preferidas) para o segundo semestre de 2024. A recomendação do banco é especialmente o setor financeiro, com destaque para o Itaú (ITUB4). Além disso, em meio à valorização do dólar, ações de empresas que possuem exposição à moeda americana também ficam entre as indicações, a exemplo da Vale (VALE3) e da Prio (PRIO3). “Agora não é o momento para procurar papéis expostos internamente”, ressalta o banco.

Veja a seguir as ações brasileiras que figuram entre as top picks do JPMorgan para o segundo semestre de 2024:

Ações
Allos (ALOS3)
Anima (ANIM3)
BRF (BRFS3)
Cyrela (CYRE3)
Energisa (ENGI11)
Hapvida (HAPV3)
Itaú (ITUB4)
Marcopolo (POMO4)
Natura (NTCO3)
Prio (PRIO3)
Santos Brasil (STBP3)
SLC Agrícola (SLCE3)
Suzano (SUZB3)
Vale (VALE3)

 

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