A agenda econômica desta quinta-feira (11) contempla a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos de junho, juntamente com a calibragem das apostas sobre o início do corte de juros em setembro no país. No Brasil, além da repercussão da reforma tributária, os destaques ficam com as vendas no varejo em maio e os leilões de venda de títulos prefixados do Tesouro: Letras do Tesouro Nacional (LTN) e Nota do Tesouro Nacional série F (NTN-F).
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Ainda no exterior, dois dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) participam de eventos: Alberto Musalem, de St. Louis, e Raphael Bostic, de Atlanta. Também serão publicados os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA.
Na agenda local, serão acompanhados os encontros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros e com atletas paralímpicos e olímpicos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reúne as lideranças partidárias da Casa para definir a pauta de votações dos próximos dias. A Câmara realiza sessão deliberativa e a expectativa é de que, depois de concluída a sessão, os deputados já entrem em recesso informal.
Confira os 5 assuntos mais importantes desta quinta-feira
Bolsas internacionais
Os índices futuros das bolsas de Nova York e o dólar ante outras moedas fortes recuam, enquanto os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) sobem moderadamente. As bolsas europeias sobem, com investidores digerindo o balanço da Pepsico (PEPB34), com lucro líquido de US$ 3,08 bilhões no 2º trimestre de 2024.
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Na quarta-feira (10), o S&P 500 e Nasdaq voltaram a bater recordes históricos e os juros dos títulos americanos e o dólar recuaram com esperanças renovadas de redução dos juros nos Estados Unidos.
Na Rússia, o parlamento aprovou um projeto de lei que aumenta o imposto de renda para os ricos, em uma medida para ajudar o governo a financiar combates na guerra contra a Ucrânia. Estima-se que a reforma tributária trará 2,6 trilhões de rublos (US$ 29 bilhões) em receitas federais adicionais para a Rússia em 2025.
Juros do Fed
O presidente do Fed, Jerome Powell, voltou a renovar as expectativas de que haja uma redução de juros nos EUA em depoimento na Câmara. Segundo ele, o BC americano não precisa esperar a inflação chegar à meta de 2% ao ano para cortar os juros, embora o afrouxamento monetário esteja condicionado a próximos indicadores econômicos e maior confiança na continuidade do processo de desinflação.
A esperança é que o CPI consolide essa possibilidade. Analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast estimam que o CPI dos EUA subiu 0,1% em junho, após estabilidade em maio, e na comparação anual, a mediana é de alta de 3,1%, inferior ao avanço de 3,3% em maio. Para o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, as projeções são de alta de 0,2% em junho ante maio, e de 3,4% ante junho de 2023, em ambos os casos estáveis ante aos apurados em maio.
Na quarta-feira (10), a diretora do Fed, Lisa Cook, afirmou que a política monetária está suficientemente restritiva e que é apropriado manter este nível para baixar a inflação americana.
- Veja também: Fed prevê só 1 corte de juros em 2024 e economistas alertam para impacto no mercado brasileiro
Reforma tributária
A Câmara dos Deputados aprovou o primeiro texto-base da regulamentação na noite de quarta-feira (10) com uma trava para a alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que não deverá ultrapassar 26,5%, e ampliando a cesta básica com imposto zero – deixando as carnes de fora da lista de produtos isentos.
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A trava passará a valer a partir de 2033, depois do período de transição da reforma tributária. Caso a alíquota ultrapasse o limite de 26,5%, o governo será obrigado a formular, em conjunto com o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), um projeto de lei complementar com medidas para reduzir a carga tributária.
Foram 336 votos a favor, 142 contra e duas abstenções na votação da última quarta-feira. O PL e o Novo foram os únicos partidos a rejeitar no plenário a primeira proposta de regulamentação. A Oposição e a Minoria também se posicionaram contra. Os deputados votam agora em cinco destaques (tentativas de alterar o texto-base), antes de a proposta ser enviada ao Senado.
Nos útlimos dias, a reforma Tributária vem ganhando novas configurações. Na semana passada, o governo divulgou uma minuta que altera a cobrança do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) do momento da atualização da matrícula para a escritura do contrato de compra e venda do imóvel. Confira todos os detalhes das decisões nesta reportagem.
Commodities
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) subiam 1,22% no início da manhã de hoje (horário de Brasília), em meio à valorização de 0,79% do minério de ferro na China.
Enquanto isso, os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) tinham leve alta de 0,07% também no início da manhã, reagindo ao relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) e ao avanço do petróleo.
Mercado brasileiro
O Ibovespa pode ter oscilações mais estreitas, assim como os depósitos interbancário (DIs) e o dólar antes do CPI dos EUA, em meio à queda externa das taxas dos Treasuries e do dólar e alta das commodities. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, estava estável no pré-mercado no início da manhã.
- Ibovespa em queda, dólar em alta: gestoras revelam estratégias para os próximos meses
Na quarta-feira (10), apesar da queda de Vale e um fraco desempenho de Petrobras, o Ibovespa cravou a sua oitava alta consecutiva, puxada por grandes bancos em meio ao recuo dos DIs e do dólar, na esteira do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho abaixo das projeções do mercado – confira detalhes aqui – e da queda dos retornos dos Treasuries antes do CPI americano.
Os investidores brasileiros devem repercutir ainda os dados do varejo. A mediana do mercado indica recuo de 0,5% no varejo restrito em maio, na margem, após avanço de 0,9% em abril, sob o impacto das inundações no Rio Grande do Sul, enquanto na comparação com igual mês de 2023, é esperado crescimento de 4,4% das vendas, após alta de 2,2% em abril, segundo o Projeções Broadcast. Para o varejo ampliado, é esperado recuo de 0,5%, após queda de 1,0% em abril.
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*Com informações do Broadcast