As ações do Magazine Luiza (MGLU3) desabam no pregão desta quinta-feira (18). Às 16h, os papéis da companhia recuavam 5,42% e operavam a R$ 12,72. Os papéis entram em tendência de queda na última terça-feira (16). Na segunda-feira (15), as ações encerram o pregão em alta de 3,3%, a R$ 14,33. Desde então, o tombo acumulado em apenas três dias é de 11,2% até o momento.
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A queda acumulada faz muitos investidores se questionarem se a ação do Magazine Luiza é atrativa para o investidor, o que divide analistas do mercado. Analistas do BB Investimentos reconhecem as dificuldades que a empresa possui com os juros em um patamar elevado. No entanto, elas enxergam dados positivos na economia brasileira, como as vendas no varejo, que tiveram um reaquecimento nos últimos 12 meses até abril. Os dados apontam para uma aceleração de 2,5% no período.
As especialistas destacam outros dados positivos, como o recuo da inadimplência das famílias, que foi de 6% para 5,5% entre abril de 2023 e abril de 2024. Além disso, o desemprego também caiu de 8,5% em abril do ano passado para 7,5% em abril de 2024.
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“Já a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 313,1 bilhões, 1,1% superior ante o trimestre imediatamente anterior e 8,9% superior na comparação anual, outro fator que melhora o cenário macroeconômico, o que é fundamental para as empresas do varejo”, apontam as analistas.
Em meio à essa melhora macroeconômica as especialistas reforçam que o Magalu conseguiu reverter sua situação ruim dos últimos anos. A companhia passou a ter uma margem de lucratividade maior, tanto que a mesma teve um lucro líquido de R$ 212,2 milhões entre outubro e dezembro de 2023, o que ajudou a reduzir o prejuízo do fim do ano. Em 2022, o Magazine Luiza reportou um prejuízo líquido de R$ 499 milhões. Em 2023, o prejuízo foi 96% maior, de R$ 979 milhões.
No primeiro trimestre de 2024, a empresa reportou outro lucro de R$ 27,9 milhões. Para as analistas do BB Investimentos, o destaque do trimestre foi o aumento da posição de caixa e principalmente a alta da rentabilidade da varejista. A margem Ebitda (proporção do lucro em relação à receita líquida da empresa, expressa em porcentagem) cresceu 2,5 pontos porcentuais na comparação anual, indo de 4,9% para 7,4%.
As analistas também apontam a alta de 2,6 pontos percentuais da margem bruta, que mede a rentabilidade da companhia, que foi de 27,3% no primeiro trimestre de 2023 para 29,9% em igual período de 2024, com outro ponto de virada da empresa da família Trajano. “Entendemos que a companhia tem apresentado bons números e uma estratégia consistente com foco no aumento de lucratividade e margens, não apenas de vendas”, dizem Georgia Jorge e Andréa Aznar, que assinam o relatório do BB Investimentos.
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Por isso as analistas estão otimistas com a ação e calculam um preço-alvo de R$ 36,80 para as ações do Magalu até o fim de 2024. A cifra equivale a uma potencial alta de 173,4% na comparação com o fechamento de quinta-feira (4), quando a ação encerrou o pregão a R$ 13,46.
Magazine Luiza pode lucrar no segundo trimestre de 2024?
O Itaú BBA reconhece que a empresa conseguiu mudar seu quadro financeiro. O banco está com um olhar otimista até em suas estimativas para o balanço da empresa do segundo trimestre. Em relatório publicado no dia 2 de julho, os especialistas dizem acreditar que a companhia deve reverter o prejuízo líquido ajustado de R$ 199 milhões para um lucro de R$ 2 milhões no segundo trimestre de 2024.
Essa melhora, segundo os especialistas, deve acontecer dom a evolução da receita líquida da varejista. O banco estima um crescimento de 5,4% na receita líquida na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo intervalo em 2023. O montante deve ir dos R$ 8,57 bilhões para R$ 9,03 bilhões.
Na visão do BBA, o crescimento deve ser impulsionado pelas Vendas das Mesmas Lojas (SSS, na sigla em inglês), que devem crescer cerca de 15% na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2023. As vendas das mesmas lojas é um indicador que mede quanto uma mesma loja, que existe a mais de 12 meses, vendeu a mais ou a menos que o mesmo período do ano anterior.
“Nós também esperamos que a rentabilidade do Magalu, medida pela margem bruta, cresça 2 pontos porcentuais na comparação entre o segundo trimestre de 2024 e o segundo trimestre de 2023. O indicador deve ir de 28.8% para 30.8%”, dizem Thiago Macruz e sua equipe, que assinam o relatório do Itaú BBA.
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Ainda assim, o Itaú BBA classifica a ação do Magalu como market perform, desempenho dentro da média do mercado, que é equivalente a recomendação neutra. calcula um preço-alvo de R$ 15 para a ação do Magalu para fim de 2024, o que implica na alta de 11,44% em relação ao fechamento de quarta-feira (17), quando o papel encerrou o pregão a R$ 13,46.
Por que o Itaú BBA não recomenda compra para as ações do Magazine Luiza?
Em outro relatório divulgado no fim de junho, os especialistas comentam o motivo para a recomendação neutra. A equipe do Itaú BBA reconhece a melhora do resultado financeiro da varejista nos últimos dois trimestres. No entanto, eles dizem que preferem esperar por um ponto de entrada melhor na ação. Isso porque o faturamento da companhia ficou abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2024.
“Atualmente vemos as ações negociadas a um prêmio de 50% sobre a média do setor varejista. Entretanto, reconhecemos haver um risco ascendente para as nossas estimativas no caso de tendências de receita menores do que o previsto, levando potencialmente a maiores ganhos de endividamento (alavancagem)”, explicam Thiago Macruz e sua equipe.
Ou seja, cabe ao investidor decidir se prefere seguir as estimativas do BB Investimentos e comprar a ação ou se prefere ir de acordo com o Itaú BBA e não realizar nenhuma compra de Magazine Luiza (MGLU3) na carteira.