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Vale (VALE3) não é mais motivo de orgulho e só cresceu por causa da China, diz Lula

Críticas do presidente vêm em um momento crítico para a mineradora, que está em processo de escolha de um novo CEO

Vale (VALE3) não é mais motivo de orgulho e só cresceu por causa da China, diz Lula
(Foto: Taba Benedicto / Estadão)
  • Observações foram feitas durante um evento em São José dos Campos, onde anunciou R$ 4,5 bilhões do BNDES para a Embraer
  • Lula tentou nomear o ex-ministro Guido Mantega para o Conselho de Administração da Vale em janeiro, mas a tentativa foi abandonada
  • Daniel Stieler, presidente do Conselho de Administração da Vale, afirmou que o processo de seleção do novo CEO está em andamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a gestão da Vale (VALE3), alegando que a mineradora está sem um comando definido, pois é administrada por fundos de investimento que, segundo ele, focam mais em vender ativos do que em desenvolver a empresa. Lula mencionou a situação do pagamento de indenizações para os moradores de Brumadinho (MG) e Mariana (MG), afetados pelos rompimentos de barragens.

“A Vale era motivo de orgulho porque era uma empresa muito importante quando era pública. Privatizaram a Vale. Alguém sabe quem é dono da Vale hoje? Ninguém sabe. Hoje é pulverizada por centenas de fundos. Se quiser falar com a Vale não tem um dono”, afirmou.

As declarações de Lula ocorreram durante um evento em São José dos Campos (SP), onde anunciou a liberação de R$ 4,5 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a exportação de 32 jatos da Embraer (EMBR3) para a American Airlines. Em seu discurso, Lula disse que os administradores da mineradora estão mais interessados em distribuir dividendos e vender ativos do que em realizar grandes projetos.

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Lula disse ainda que o crescimento da Vale tem sido impulsionado principalmente pela demanda crescente da China por aço, um setor em que o país asiático lidera com uma produção de 1 bilhão de toneladas, em contraste com os 35 milhões de toneladas produzidos pelo Brasil. A demanda chinesa tem sido um motor para o crescimento da mineradora, ao contrário da ideia de que avanços tecnológicos ou inovações da própria empresa teriam sido os principais responsáveis, segundo o presidente.

Para ele, a Vale se beneficiou diretamente da intensa demanda chinesa, que também se volta para outros fornecedores de aço, como a Austrália. A produção de aço no Brasil não cresceu proporcionalmente à da China, mas a Vale conseguiu se expandir devido a essa relação comercial vantajosa.

As observações do presidente vêm em um momento crítico para a Vale, que está em processo de escolha de um novo CEO. Desde o início do ano, os acionistas discutem quem substituirá Eduardo Bartolomeo cujo mandato, originalmente previsto para acabar em maio de 2024, foi prorrogado até o final do ano devido a controvérsias.

Em janeiro, Lula tentou nomear o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o Conselho de Administração da Vale por meio da Previ, que possui duas vagas no colegiado. No entanto, essa tentativa foi abandonada após uma reação negativa do mercado financeiro.

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Na quarta-feira (17), Daniel Stieler, presidente do Conselho de Administração da Vale, reiterou a integridade do processo de seleção do novo CEO, afirmando que ainda não há uma lista final de candidatos para o cargo.

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