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Educação Financeira

“Taxa das blusinhas”: golpistas aproveitam retorno do imposto para aplicar fraudes

Criminosos enviam mensagens com um link falso para os consumidores e solicitam o pagamento de taxas alfandegárias

“Taxa das blusinhas”: golpistas aproveitam retorno do imposto para aplicar fraudes
As orientações para não cair em golpes na internet vão desde questionar ofertas imperdíveis a não clicar em links desconhecidos. (Foto: Envato Elements)
  • A cobrança do imposto sobre os produtos de até US$ 50 comprados em plataformas de e-commerce estrangeiras teve início oficialmente nesta quinta-feira (1)
  • Os golpistas aproveitaram a repercussão do assunto para tentar enganar consumidores ao informar que supostas compras haviam sido barradas pela fiscalização alfandegária
  • Segundo dados da Kaspersky, empresa de cibersegurança, mais de 50 domínios com links falsos foram encontrados nos últimos dias. Confira dicas de como se proteger!

Criminosos têm aproveitado o retorno da cobrança do imposto sobre compras internacionais de até US$ 50, também conhecida como ‘taxa das blusinhas’, para aplicar um novo golpe financeiro. Desde o fim de julho, alguns consumidores relatam nas redes sociais ter recebido um SMS com uma mensagem solicitando o pagamento de taxas alfandegárias. O conteúdo vem acompanhado por um link falso, no qual os golpistas solicitam o pagamento do “suposto” imposto sobre os produtos. Segundo dados da Kaspersky, empresa de cibersegurança, mais de 50 domínios com links falsos foram encontrados nos últimos dias.

A cobrança da nova alíquota de compras internacionais sobre os itens de até US$ 50 comprados em plataformas de e-commerce estrangeiras teve início oficialmente nesta quinta-feira (1). Agora, os consumidores terão de pagar um imposto de 20% para as compras de até US$ 50 e uma alíquota de 60% para as compras de US$ 50,01 a US$ 3 mil. Com a mudança, os golpistas passaram a enviar SMS com link de rastreamento falso aos consumidores com a informação de que a compra online havia sido barrada pela fiscalização alfandegária pela ausência do pagamento das novas taxas.

Ao clicar no link da mensagem, a vítima é redirecionada para um site que simula o rastreio das encomendas. Segundo a Kaspersky, alguns domínios pedem dados pessoais, como e-mail, nome completo e CPF, e solicitam o pagamento das taxas, por meio de cartão de crédito e pix, para a liberação da compra. A empresa de cibersegurança encontrou cobranças com valores de R$ 1,50 a R$ 88,90.

“É um alerta para que todos sejam muito cautelosos com as compras online e não apenas na realização do pagamento, mas em qualquer mensagem que receber durante esse processo”, afirma Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. Nas redes sociais, os relatos de consumidores alertando sobre a nova fraude financeira envolvendo a taxa das blusinhas viralizaram no X (antigo Twitter) no fim de julho. Pelas publicações, até quem não tem o hábito de comprar produtos internacionais pelas plataformas de e-commerce foi alvo dos golpistas.

“Esse tipo de golpe utiliza o Phishing, técnica de fraude utilizada por criminosos obter acesso a confidenciais ou financeiras. Esse tipo de crime ocorre não apenas via SMS, mas em vários outros meios como mensagens ou publicações em redes sociais”, afirma Pitágoras Martins, coordenador de Tecnologia da Informação faculdade  Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC).

Essa não é a primeira vez que os criminosos aproveitam o interesse das pessoas por um assunto que ganha repercussão na imprensa para aplicar golpes financeiros. Em 2022, quando o Banco Central estava divulgando os valores a receber que as pessoas haviam deixado nos bancos, os golpistas enviaram mensagens via WhatsApp para tentar roubar os dados bancários das vítimas. Outras abordagens semelhantes foram realizadas com o auxílio emergencial no início da pandemia.

 

Veja como se proteger do golpe que usa a taxa das blusinhas

Os casos reforçam os cuidados que os consumidores devem ter ao receber qualquer mensagem ou link suspeito. Frases chamativas como “você ganhou” ou “você tem direito” são as mais usadas em mensagens fraudulentas enviadas via SMS, WhatsApp e e-mails. A estratégia serve para despertar a curiosidade das vítimas. Por esse motivo, os especialistas em segurança recomendam conferir se a informação é verdadeira por meio dos canais oficiais de comunicação da empresa para não cair em golpes financeiros.

“Sempre verifique o endereço do site para onde foi redirecionado, endereço do link e o e-mail do remetente para garantir que são genuínos antes de clicar, além de verificar se o nome do link na mensagem não aponta para outro hyperlink”, orienta Assolini. A outra orientação dos especialistas é não deixar o cartão de crédito salvo em sites de e-commerce. A possibilidade até facilita nas próximas compras, mas torna o consumidor mais vulnerável a ações de golpistas diante do risco das informações serem roubadas.

Para esses casos, a recomendação é de uso de cartões virtuais em sites de e-commerce. Jaqueline Coelho, coordenadora de Compliance da Card, empresa especialista em maquininhas de cartões, ressalta que a atenção também deve estar focada na modalidade de pagamento com aproximação. Segundo ela, com o avanço da tecnologia, atualmente os celulares podem funcionar como “maquininha” de cartão de crédito, o que facilita nas abordagens dos criminosos para conseguir aprovar transações ao se aproximar das vítimas.

“O uso de ‘protetores Rfid’ (Radio-Frequency Identification – Identificação por Radiofrequência) pode evitar maiores problemas em cartões que estão liberados para pagamento por aproximação. Este tipo de protetor de cartão é feito com um tecido tecnológico que impede a passagem de ondas eletromagnéticas”, diz Coelho. Apesar dessa possibilidade, desabilitar a função ao estar presente em locais com multidões ainda permanece como a melhor forma de proteção.

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No site oficial dos Correios, a empresa alerta para os possíveis casos de fraudes financeiras e ressalta que não envia e-mail para pagamentos de tributos ou taxas com links para serem clicado nem solicita dados pessoais via WhastApp, como ocorre com os criminosos que se aproveitam da taxa das blusinhas para cometer fraudes.

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