O dólar hoje fechou em alta de 1,31%, cotado a R$ 5,4831. Na manhã desta terça-feira (20), a moeda americana abriu o pregão em alta de 0,52%, comercializada a R$ 5,4397.
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Os mercados estão cada vez mais convencidos de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, pode optar por reduzir as taxas de juros em sua próxima reunião, marcada para setembro.
Esse otimismo surgiu após a divulgação de dados econômicos recentes dos EUA, que superaram as previsões e aliviaram as preocupações sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Os pedidos de seguro-desemprego, divulgados na quinta-feira (15), caíram para 227 mil na semana encerrada em 10 de agosto, em comparação com a previsão de 235 mil feita por analistas consultados pela Reuters. Além disso, as vendas no varejo subiram 1% em julho, superando a expectativa de 0,3% dos economistas.
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Os dados de junho, inicialmente considerados estáveis, foram ajustados para mostrar uma queda de 0,2%. Atualmente, a maioria dos investidores espera que o Fed comece um corte de 0,25 ponto percentual, com 77,5% apoiando essa possibilidade, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Normalmente, o dólar tende a se desvalorizar quando o Fed reduz os juros, pois a moeda americana se torna menos atrativa em comparação com outras moedas à medida que os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os treasuries, diminuem.
Com esse cenário em vista, os investidores estão focados nos eventos desta semana. A ata da última reunião do Fed será divulgada na quarta-feira, e entre quinta e sábado ocorrerá o encontro anual de autoridades de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming. O destaque do evento será o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, também estará presente e fará uma palestra no sábado.
Copom pode interromper manutenção da Selic
No cenário nacional, a atenção se volta para a possibilidade de uma nova alta na taxa Selic. A XP Investimentos revisou, na segunda-feira (19), sua previsão para a taxa básica de juros no final do ano, elevando-a para 11,75%. Anteriormente, esperava-se que a taxa permanecesse em 10,50%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá nas mesmas datas que o Fed, em 17 e 18 de setembro. Durante um evento na tarde desta terça-feira, o diretor Gabriel Galípolo – cotado para substituir Roberto Campos Neto no comando do BC – destacou que o Banco Central aguardará as próximas quatro semanas até a reunião do Copom para coletar “o máximo de informações” e “manter todas as opções em aberto” na decisão sobre a Selic, observando que todas as alternativas estão sendo consideradas.
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Ele também mencionou que o cenário para a política monetária tornou-se mais complexo, com o mercado prevendo juros mais altos no futuro e uma inflação acima da meta, o que “gera um desconforto significativo”.
Em evento no BTG, Campos Neto destacou que o cenário nos Estados Unidos melhorou, mas que a decisão do próximo mês ainda é “data dependent”, ou seja, depende de novos dados de economia por aqui e lá fora. “Nossa tarefa é não olhar para ruído de curto prazo e pensar qual mensagem queremos passar. Faremos o que tiver de fazer. Se precisar, os juros vão subir”, destacou.
Pela manhã, as falas de Campos Neto sobre os juros ajudaram a reduzir a alta do dólar frente ao real. Às 14h21, a moeda americana subia 1,49%, a R$ 5,49, depois de abrir o dia com valorização de 1,08%.
Até agora, o dólar registra queda de 1,03% na semana, baixa de 4,29% no mês e alta de 11,52% no ano.
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