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Mercado financeiro hoje: payroll, juros e mais 3 assuntos para ficar no radar do investidor nesta sexta-feira

A agenda hoje concentra atenções em indicadores americanos em busca de pistas sobre o rumo dos juros. Veja

Mercado financeiro hoje: payroll, juros e mais 3 assuntos para ficar no radar do investidor nesta sexta-feira
(Foto: Adobe Stock)

A agenda econômica desta sexta-feira (6) traz o tão esperado relatório do mercado de trabalho americano (payroll), que vai modular as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no próximo dia 18 e até dezembro. Os dirigentes do Fed John Williams e Christopher Waller discursam em eventos, nos quais podem comentar os números de empregos e o provável impacto na política monetária. No Brasil, o mercado financeiro hoje acompanha o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de agosto.

Ainda na agenda hoje, o Banco Central (BC) inicia a rolagem dos contratos de swap cambial (derivativo financeiro que promove simultaneamente a troca de taxas com o objetivo de proteger o investidor contra variações excessivas) com vencimento em 1º de novembro de 2024 (302.008 contratos, equivalentes a US$ 15,1 bilhões). O leilão desta sexta-feira tem oferta de até 12.000 contratos, no valor de US$ 600 milhões.

Também nesta sexta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, viaja para a Basileia, na Suíça, para participar de 7 a 9 de setembro de encontros anuais promovidos pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS).

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Enquanto estiver fora do País, Campos Neto é substituído pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado para sucedê-lo no cargo em 2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, viaja a Goiânia (GO) para inaugurar trecho do BRT Norte-Sul da capital goiana e anunciar investimentos nos Institutos Federais do Estado.

Confira os 4 destaques no mercado financeiro hoje

Payroll e juros americanos

Os investidores ainda não estão convictos sobre a intensidade do corte de juros pelo Fed, após os relatórios de emprego Jolts e ADP virem abaixo das previsões, encontrando contraponto em índices sólidos do setor de serviços.

Para o payroll, analistas consultados pelo Projeções Broadcast preveem criação de 165 mil vagas em agosto, na mediana das estimativas, que variam de 125 mil a 205 mil. A mediana para o salário médio por hora é de alta de 0,3% na comparação mensal e 3,7% na anual, enquanto para a taxa de desemprego a previsão é de queda para 4,2%.

Até aqui, a probabilidade de corte de 25 pontos-base supera a de 50 pontos-base nas apostas do mercado, mas se o payroll decepcionar, analistas afirmam que a tendência é que os preços de mercado mudem em favor de uma redução mais agressiva, para evitar uma desaceleração brusca da economia.

Segundo analistas, um corte de juros em 50 pontos-base neste mês levaria o dólar a se desvalorizar contra outras moedas, beneficiando o real em cenário de apostas de aumento da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no próximo dia 18, apesar dos riscos fiscais internos.

Bolsas internacionais

A aversão a risco antes do payroll faz o índice VIX (também conhecido como o “termômetro do medo” mostra a expectativa de volatilidade do mercado de ações) em Wall Street, disparar novamente nesta sexta-feira. Os investidores temem que os dados do mercado de trabalho americano possam trazer sinais de piora da economia.

A recepção negativa ao balanço da empresa de semicondutores Broadcom (AVGO34) contamina os índices futuros de ações em Nova York, em especial o Nasdaq, que exibe perdas acima de 1%. As ações da empresa caíam 9,29% no pré-mercado às 6h35, uma semana após números mal recebidos da rival Nvidia (NVDC34) – relembre aqui.

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Em contagem regressiva para os dados de emprego americano e os discursos de dirigentes do Fed ao longo da manhã, os rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e o dólar também recuam, estendendo a fraqueza que marcou a véspera.

As bolsas europeias também caem em bloco em meio à espera dos dados e sinais de política monetária nos EUA, após indicadores de atividade decepcionantes na região.

Na Alemanha, a produção industrial caiu 2,5% em julho ante junho, bem mais que o esperado, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cresceu 0,2% no segundo trimestre, aquém da leitura anterior e da previsão de expansão de 0,3%.

Commodities

O petróleo mostra instabilidade, em cenário de incertezas relacionadas à oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e preocupações com a demanda global.

O minério de ferro caiu 0,07% em Dalian, após atingir a cotação mais baixa desde 2022 em Cingapura na quinta-feira (5) (perto de US$ 90 a tonelada), devido a preocupações com a demanda da China.

Mercado brasileiro

Os ativos financeiros podem ser contaminados pela tensão externa. O desempenho fraco das commodities deve pesar também.

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O Ibovespa pode se curvar às perdas em Nova York antes do payroll, após um leve ganho de 0,29%, aos 136.502,49 pontos no último pregão, acumulando avanço de 0,37% na semana e no mês e de 1,73% neste ano – veja aqui.

No câmbio e juros, os ajustes iniciais podem ser moderados, à medida que a agenda interna está vazia, e o rumo dos mercados ao longo do dia será determinado pela reação dos investidores ao payroll americano.

No mercado financeiro hoje de juros, já deve haver expectativas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será publicado na próxima terça-feira (10), após a desaceleração do IPCA-15 a 0,19% em agosto, com a taxa em 12 meses em 4,35%, bem perto do teto da meta de inflação deste ano, que é de 4,5%.

* Com informações do Broadcast

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