A Nvidia (NVDC34), gigante da indústria de chips, tem se destacado não apenas por sua inovadora tecnologia de inteligência artificial, mas também por um fenômeno incomum: a criação em massa de milionários entre seus funcionários. A valorização exponencial das ações da empresa transformou a vida de milhares de colaboradores, que viram seus investimentos se multiplicarem em um curto período.
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De acordo com reportagem da Bloomberg, desde 2019, os papéis da empresa registraram um crescimento surpreendente de mais de 3.700%, elevando a fortuna dos funcionários que participam do programa de compra de ações corporativas.
Esse plano, que possibilita aos trabalhadores adquirir ações com um desconto de 15%, impulsionou consideravelmente o patrimônio de diversos funcionários, especialmente com o preço das ações saltando de cerca de US$ 14 para mais de US$ 100 em pouco mais de um ano. Porém, essa nova riqueza veio acompanhada de um ambiente de trabalho que muitos descrevem como desgastante.
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Apesar das conquistas financeiras, colaboradores da Nvidia relatam um ambiente onde a pressão por desempenho é intensa. De acordo com um levantamento recente da Bloomberg, longas jornadas e uma agenda lotada de reuniões criam uma atmosfera que vários empregados consideram opressiva. Alguns chegam a comparar os generosos pacotes de remuneração com “algemas de ouro”, que oferecem riqueza em troca de uma carga de trabalho extenuante.
Sob a liderança do CEO Jensen Huang, o clima organizacional tem sido descrito como rigoroso. Segundo a Forbes com Patrick Collison, cofundador da Stripe, Huang afirmou, de maneira bem-humorada, que prefere “torturar os funcionários para que alcancem a grandeza”.
No entanto, relatos indicam que a carga excessiva de trabalho está longe de ser uma piada. Funcionários mencionam que a rotina pode incluir trabalho sete dias por semana, com o expediente se estendendo até a madrugada, além de reuniões exaustivas – cerca de 10 em apenas um dia – que muitas vezes geram discussões acaloradas.
Outro aspecto que dificulta a saída de alguns colaboradores é o fato de que muitos estão presos a concessões de ações, que precisam esperar anos para serem integralmente adquiridas. Esses incentivos financeiros mantêm os empregados atrelados à empresa, mesmo quando o desgaste se torna elevado.
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Com o crescimento vertiginoso da Nvidia, outro desafio surgiu: como manter motivados os funcionários que, graças à valorização de suas ações, alcançaram independência financeira. Esse grupo, muitas vezes em estado de “semi-aposentadoria”, não demonstra o mesmo nível de engajamento que tinha anteriormente, o que criou preocupações dentro da companhia. Em uma reunião interna, o CEO pediu aos colaboradores que continuassem comprometidos e assumissem a responsabilidade por seus resultados.
Gerentes, ao observarem a queda de desempenho, frequentemente adotam práticas de controle mais rígidas sobre suas equipes, aumentando o nível de supervisão e recorrendo ao que muitos classificam como microgerenciamento.
Esse ambiente, apesar de pesado, não tem impactado significativamente a retenção de funcionários. A Nvidia ostenta uma taxa de rotatividade de apenas 2,7%, muito abaixo da média do setor de semicondutores, que é de aproximadamente 17%. Além disso, a empresa foi destacada pelo Glassdoor como um dos melhores lugares para trabalhar em 2024.
Colaborou: Gabrielly Bento.
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