- A desconfiança com o "CDB a 140% do CDI" tem gerado um burburinho em relação ao Banco Master, um emissor conhecido pelas altas taxas nos investimentos de renda fixa
- A Nord Investimentos fez uma análise da carteira de crédito do banco; entendimento é que, apesar dos bons indicadores, expansão do segmento de crédito arriscado é um risco
- A corretora prefere CDBs de outros emissores
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos por bancos pequenos e médios são uma das opções preferidas dos investidores de renda fixa por causa dos retornos mais elevados que oferecem. Mas, recentemente, o risco atrelado a esses ativos voltou à pauta.
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Esta reportagem do Estadão mostra que o próprio Banco Central está acompanhando com cautela a avalanche de emissões de CDBs de bancos pequenos. O receio é de que a garantia de até R$ 250 mil oferecida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) esteja sendo usada pelas plataformas de investimento como uma propaganda para vender produtos arriscados aos clientes sem se preocupar com o efeito negativo que isso gera sobre o sistema financeiro. Veja detalhes aqui.
Essa desconfiança com o “CDB a 140% do CDI” tem gerado um burburinho em relação ao Banco Master, um emissor conhecido pelas altas taxas nos investimentos de renda fixa. A Nord Investimentos discutiu o tema em newsletter enviada a investidores nesta quarta-feira (30).
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A corretora destaca que, nos últimos anos, o Master apresentou um forte crescimento na carteira de crédito, que bateu os R$ 21 bilhões no primeiro semestre de 2024. Mas, ao fazer esse movimento, expandiu também o segmento de crédito mais arriscado; um ponto de atenção, apesar de outros indicadores interessantes, como aumento do lucro e do patrimônio líquido, e bom Índice de Basileia.
“Ao contrário de muitos bancos médios, cuja carteira é composta majoritariamente por empréstimos ao varejo e/ou atacado, aproximadamente 34% da carteira do Banco Master consiste em títulos e créditos a receber”, destaca a Nord.
Os créditos a receber correspondem a precatórios e direitos creditórios, ativos pagos pelo governo federal, mas considerados arriscados devido a não previsibilidade de pagamentos e risco judicial. “Além disso, por serem classificados como AA, eles não são capturados pela métrica carteira D-H (segmento de créditos mais arriscados) e não precisam ser necessariamente provisionados”, ressalta a corretora.
Por causa desse risco, a Nord prefere títulos e CDBs de outros emissores. “Apesar da remuneração elevada, diante dos riscos, preferimos explorar outras alternativas de CDBs que ofereçam uma remuneração atrativa, evitando, assim, o investimento nesses CDBs do Banco Master.”