A alimentação, uma das despesas que mais pesa no orçamento das famílias brasileiras, vem revelando mudanças ao longo dos anos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a maneira com que as famílias destinam seus recursos para esse fim está cada vez mais diversificada.
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O levantamento evidencia um aumento de gastos em determinadas categorias alimentares e uma diminuição em outras, refletindo tanto o estilo de vida quanto as transformações no mercado de trabalho.
Dentre os hábitos que geram mais gastos está comer fora de casa, de acordo com a Agência de Notícias do IBGE, a prática se tornou comum para muitas famílias brasileiras, chegando a representar quase um terço das despesas com alimentação.
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Conforme os dados recentes, 32,8% do orçamento das famílias é direcionado para refeições fora do domicílio.
O gerente da pesquisa, André Martins, acredita que a maior presença de pessoas trabalhando fora, pode estar contribuindo para essa alteração nos hábitos alimentares das famílias.
“Com mais acesso ao mercado de trabalho, sobra menos tempo para o consumo no domicílio e a preparação dos alimentos”, explicou Martins.
Ao longo dos anos, essa mudança também se reflete no tipo de alimentos adquiridos para consumo em casa. Produtos como cereais, leguminosas e oleaginosas, tradicionalmente ligados ao preparo doméstico, vêm caindo nas despesas familiares, passando de 10,4% em 2003 para 5% na pesquisa mais recente.
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Em contrapartida, alimentos preparados, bebidas e infusões, com maior teor de açúcares, sódio e gorduras, têm crescido, o que levanta preocupações sobre o impacto desse consumo na saúde e nutrição da população.
Para os nutricionistas, o aumento no consumo de refeições fora de casa requer atenção. “Esses alimentos são muitas vezes de menor qualidade nutricional, como lanches e fast food”, explica Martins.
A tendência, portanto, demanda maior conscientização sobre a alimentação equilibrada e a importância de incluir frutas, legumes e verduras, que, felizmente, ainda mantêm uma presença estável nas compras das famílias brasileiras.
Colaborou: Renata Duque.