Os juros futuros terminaram o dia em alta nesta quinta-feira (16), respondendo à aversão ao risco que afetou ativos de economias emergentes. Houve ainda um movimento de correção após três sessões seguidas de baixa, estimulado especialmente pelo leilão expressivo de papéis prefixados, o maior dos últimos 18 meses.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 14,90%, de 14,83% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 15,01% para 15,13%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 15,01%, de 14,83%.
O comportamento das taxas locais contrariou o sentido da curva americana. Os yields dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) subiam pela manhã, com dados de atividade acima do esperado, mas passaram a cair após discurso “dovish” do governador do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Christopher Waller. No fim da tarde, o rendimento da T-Note de dez anos rodava abaixo de 4,60%.
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A percepção nas mesas de renda fixa é que depois do volume de prêmios devolvidos durante a semana, o dia era propício a um ajuste técnico, que teria sido turbinado pela operação do Tesouro, que veio com oferta de 20 milhões de LTN e 5 milhões de NTN-F. Os lotes tiveram demanda praticamente integral – nas LTN, a instituição vendeu 19,05 milhões. Segundo a Necton Investimentos, a última vez em que o Tesouro colocou uma oferta dessa magnitude foi em 6 de junho de 2023.
“A alocação foi quase total no leilão (96%), com exceção da LTN 2026, que teve 68% de aceitação. Destacamos a diminuição das taxas para patamares mais próximos de 15%, refletindo a melhora recente no humor do mercado”, afirmam os profissionais da XP Investimentos.
À tarde, as moedas emergentes tiveram piora generalizada, puxada pelos comentários sobre tarifas do indicado por Donald Trump para chefiar o Departamento do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, durante audiência no Senado. Ele indicou ainda que irá trabalhar para eliminar o teto da dívida do país “se Trump quiser”. O dólar, que pela manhã chegou a operar brevemente abaixo de R$ 6,06, se firmou em alta e renovou máximas nos R$ 6,07, com efeito sobre os DIs.
A agenda local trouxe a alta de 0,10% do IBC-Br de novembro, na margem, que contrariou o consenso de mercado de queda de 0,1%. O dado não alterou a mediana das projeções de +0,5% para o PIB do quarto trimestre, em pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast após o indicador.
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