

O Banco Inter revisou para baixo sua projeção para o Ibovespa em 2025. A nova estimativa reduz o preço-alvo do índice para 140.200 pontos, contra os 143.200 pontos projetados em novembro de 2024.
O movimento reflete um cenário de maior percepção de risco no mercado e um ajuste no múltiplo esperado para o índice, que passou de 8x para 7,5x o lucro projetado das 83 empresas que compõem o índice.
“O fato de considerarmos a bolsa brasileira bastante barata frente a pares internacionais não retira o riscos da balança”, diz Matheus Amaral do time de Investment Strategy do banco.
Retorno potencial de 14% no ano
O novo preço-alvo do Ibovespa implica em um retorno potencial de 14% para o principal índice da B3, considerando os níveis atuais de negociação na casa dos 125 mil pontos.
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No cenário desafiador descrito pelo relatório, estão a evolução do risco fiscal no Brasil e o ambiente macroeconômico global sob as interferências de Donald Trump.
Amaral explica que a projeção para o Ibovespa em novembro já era conservadora, baseada em um múltiplo de 8x Preço/Lucro das empresas, que é a média dos últimos três anos. Porém, o risco fiscal e a saída de investidores levaram o índice a 7x P/L após o pacote econômico insuficiente anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final daquele mês.
Com o Ibovespa neste nível de preço e com um Trump ainda visto como moderado nas tarifas, investidores estrangeiros voltaram a mirar emergentes. O Brasil atraiu R$ 7 bi em janeiro, impulsionando o índice em 4,86%, que bateu 125 mil pontos, “barato demais para ser ignorado”.
Depois disso, consolidou-se o consenso de que a bolsa nos EUA estava cara e, com Trump intensificando a guerra tarifária, o risco inflacionário aumentou.
Brasil barato, porém volátil
Neste contexto, o Brasil e emergentes ganharam destaque, com investidores estrangeiros preocupados com os valuations esticados nos EUA, inflação e guerra comercial. Mas a falta de um ajuste fiscal eficaz no Brasil e a eleição já estão fazendo preço, elevando a volatilidade da bolsa brasileira.
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“Por isso, reduzimos o nosso múltiplo estimado nesta revisão”, descreve o especialista. Por outro lado, ele desataca que o lucro das empresas segue firme, sustentando o índice com as companhias se mantendo resilientes ao cenário adverso.
Os analistas destacam o Lucro por Ação (LPA) do Ibovespa, que subiu de R$ 17.900 para R$ 18.700, alta de 4,5% em três meses e de 8% em 2025 em relação ao que era esperado para o fim de 2024.