

A B3 corrigiu os dados de entrada e saída de fluxo de capital na Bolsa brasileira em 2025. Os números são divulgados diariamente pela companhia e trouxeram nesta quarta-feira (26) uma mudança que reduz em quase R$ 3 bilhões o saldo de aportes de investidores estrangeiros no acumulado de 2025.
Segundo a B3, a atualização ocorre porque operações de opções de Ibovespa – um derivativo criado para mitigar riscos de preço de mercado de instituições com ativos ou passivos referenciados ao índice de ações – não estavam sendo refletidas no sistema. A correção nos dados altera os saldos dos pregões entre 17 de fevereiro e 24 de março.
Com a mudança, o fluxo de capital estrangeiro na B3 caiu de R$ 1,875 bilhão para R$ 699,4 milhões em fevereiro. Em março, o acumulado até o dia 19 era de R$ 5,6 bilhões; até o dia 21, dado mais recente disponibilizado, caiu para R$ 4,1 bi.
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Com isso, o acumulado de 2025 caiu de R$ 14,3 bilhões para R$ 11,6 bi.
Em nota, a B3 disse que “republicou dados de participação de investidores da série de 17 de fevereiro a 24 março no Boletim Diário de Informações, para todas as categorias de investidores, após identificar que uma atualização de produto não tinha sido refletida na base do sistema.” Na página de dados de mercado no site da companhia também há esta sinalização: “Informamos que na data de 25/03/2025 os dados de ‘PARTICIPAÇÃO DOS INVESTIDORES / PARTICIPATION BY INVESTOR TYPE’ foram republicados referente ao período de Fevereiro/2025 e Março/2025.”
Mudança nos dados é diferente de 2022, diz B3
Esta não é a primeira vez que a B3 revisa os dados de fluxo de capital estrangeiro. Em 2022, a metodologia de registro de fluxo de entrada e saída de investidores foi alterada; e pegou o mercado de surpresa, como mostramos nesta reportagem da época.
Na ocasião, a entrada recorde de capital estrangeiro na Bolsa brasileira era um dos principais assuntos do mercado. No primeiro trimestre de 2022, os dados indicavam um aporte de R$ 91 bilhões – em termos comparativos, o montante era semelhante ao fluxo total de 2021, um ano recorde.
Mas, em 1º de abril, a B3 anunciou que havia um erro nos cálculos. E a revisão não valia apenas para 2022. Em um comunicado que ainda está no site, a companhia explicava que os dados referentes aos anos de 2020, 2021 e 2022 incluíram operações de empréstimos de ações, que não correspondem a fluxos financeiros de compra e venda de ativos. “A revisão é necessária porque as operações de empréstimo de ações não envolvem aportes financeiros, portanto, serão retiradas da estatística”.
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Com a mudança, os aportes gringos na B3 caíram de R$ 91,1 bi para R$ 64,1 bi no 1º semestre de 2022; um corte de R$ 27 bilhões.
A mudança dessa vez é menos impactante, pois não se trata de uma alteração na metodologia, mas de um ajuste pontual que afeta apenas os dados entre 17 de fevereiro e 24 de março deste ano, destacou a B3.