A Eletrobras (ELET3; ELET6) informou no domingo (27) ao mercado ter recebido na última sexta-feira (25) um ofício do Ministério de Minas e Energia que confirma a desistência do ex-ministro Guido Mantega para assumir a vaga de membro efetivo do Conselho fiscal da companhia. Ainda de acordo com o documento, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma nova indicação da União Federal para a vaga de titular do Conselho Fiscal da companhia “ocorrerá oportunamente”.
A desistência de Mantega na Eletrobras tinha sido divulgada inicialmente pela coluna de Lauro Jardim, de O Globo, na última quinta-feira (24), mas até agora não havia sido confirmada oficialmente pela empresa.
Mantega foi indicado pela União no fim de março, no âmbito das vagas a que a União tem direito nos Conselhos fiscal e de administração da Eletrobras, como parte de um acordo de conciliação fechado entre as partes para pôr fim à disputa judicial sobre limitação do poder de voto de acionistas.
Pelo acordo, a União terá direito de eleger, em separado, três dos 10 integrantes do Conselho de administração da companhia e um dos cinco representantes do Conselho fiscal. Em contrapartida, a companhia ficou desobrigada de investir nas obras da usina nuclear de Angra 3.
Além de Mantega no colegiado fiscal, a União indicou, para o Conselho de Administração da companhia, Maurício Tolmasquim, atual diretor-executivo de transição energética e sustentabilidade da Petrobras (PETR3; PETR4), Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia, e Nelson Hubner, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A eleição dos novos conselheiros está prevista para a próxima terça-feira (29), quando os acionistas da Eletrobras irão se reunir em assembleia. Inicialmente, irão deliberar sobre o termo de conciliação fechado com a União e, na sequência, votar na pauta ordinária, incluindo a fixação e eleição do Conselho fiscal e a seleção dos sete representantes dos acionistas privados no Conselho de administração, numa disputa que vem se mostrando cada vez mais quente, como mostrou o Broadcast.
Segundo fontes próximas à Eletrobras (ELET3; ELET6), antes de ser confirmado como indicado para um Conselho da companhia pela União, o nome indicado pelo governo precisa passar por análise para checar se atende a critérios de elegibilidade da empresa. Por isso, a expectativa é de que uma indicação ocorra até esta segunda-feira (28). No entanto, já se trabalha com a hipótese de que a eleição para os demais membros do Conselho ocorra agora e a vaga da União permaneça aberta, sendo apenas posteriormente preenchida.