A Selic é a taxa básica de juros (Foto: Adobe Stock)
O JPMorgan estima que o Banco Central deve começar o ciclo de queda da taxa básica de juros da economia, a Selic, na reunião de dezembro de 2025, mostra relatório enviado à imprensa nesta sexta-feira (20). Segundo os analistas, a elevação da taxa em 0,25 ponto porcentual nesta quarta-feira contrariou o esperado pelo banco e mostrou que o BC trabalha com um tom mais duro (hawkish).
Conforme o banco, essa decisão mais agressiva foi acompanhada por uma projeção futura indicando que o BC pretende interromper o ciclo de aperto monetário na próxima reunião. Os analistas do banco americano lembram que as projeções de inflação do Banco Central permanecem acima da meta, com o indicador em 3,6%, ante a meta de 3% para 2026. Isso indica que o modelo do BC aponta para a convergência da alta de preços à meta somente se as taxas se continuarem elevadas para além de dezembro de 2025.
No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu novamente que as perspectivas de inflação, tanto externa quanto interna, são incertas. “Continuamos a considerar essa incerteza, bem como os riscos inflacionários bilaterais, como uma forma de diminuir o impacto da mensagem de manter as taxas altas por um período mais longo do que o habitual”, argumentam Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Mirella Mirandola Sampaio, que assinam o relatório do JPMorgan.
Nesse contexto, o JPMorgan manteve as projeções inalteradas, com os cortes de juros começando em dezembro de 2025. O trio de especialistas diz que a taxa deve cair 4,25 pontos porcentuais até o fim de 2026, com a Selic encerrando o próximo ano na casa dos 10,75% ao ano.