- A empresa é uma gigante em números: é a com maior participação no Índice Bovespa, respondendo por 12,77% da carteira teórica; tem movimentação média na B3 em torno dos R$ 3 bilhões negociados diariamente
- Desde a sua criação, a Vale se tornou a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima essencial para a fabricação de aço. Atualmente, a companhia produz 349 milhões de toneladas do mineral por ano
- Recentemente, o que mais influencia as baixas da VALE3 são as incertezas econômicas geradas pela crise do novo coronavírus. As ações sofreram uma grande queda com a paralisação das atividades no início da pandemia
(Aléxis Cerqueira Góis, Especial para o E-Investidor) – A VALE3 está em um momento de alta acelerada, com valorização de 177% entre abril de 2020 e o mesmo mês de 2021.
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A empresa é uma gigante em números: é a com maior participação no Índice Bovespa, respondendo por 12,77% da carteira teórica; tem movimentação média na B3 em torno dos R$ 3 bilhões negociados diariamente; e o seu valor de mercado ultrapassa facilmente os R$ 500 bilhões.
A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e vive um cenário favorável depois de um período de dúvidas geradas por sucessivos acidentes com impactos socioambientais e econômicos negativos, que fez derrubar a cotação de suas ações.
Cenário favorável para VALE3
O minério de ferro deverá tomar da soja o título de produto mais exportado pelo Brasil até o final de 2021, de acordo com uma avaliação da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Os embarques dos dois produtos juntos geraram US$ 253,6 bilhões em 2020, segundo a AEB, o que equivale a mais de 30% do total das exportações do País.
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A commodity mineral deverá crescer 60% neste ano, em comparação ao ano passado, quando a exportação rendeu US$ 41,25 bilhões. A valorização do produto no mercado global é o principal motivo para a alta.
Nos primeiros quatro meses de 2021, o preço do minério exportado pelo Brasil subiu 77,6%, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), resultado de baixos estoques globais na cadeia, menor oferta sazonal e maior demanda externa. A commodity foi vendida a um preço médio de US$ 129,8 por tonelada em abril, enquanto era negociada por US$ 67,6 por tonelada em março.
Perfil da Vale
A Companhia Vale do Rio Doce foi fundada em 1942, como empresa de capital misto. Ela foi criada pelo governo Getúlio Vargas, dentro do plano de industrialização nacional, para fornecer metais à indústria bélica dos Estados Unidos. Em 1997, a empresa foi privatizada, mas o governo se mantém como maior acionista, por meio de participação indireta do Fundo de Previdência do Banco do Brasil (Previ).
Desde a sua criação, a Vale se tornou a maior produtora mundial de minério de ferro, matéria-prima essencial para a fabricação de aço. Atualmente, a companhia produz 349 milhões de toneladas do mineral por ano.
O produto é beneficiado e vendido para indústrias siderúrgicas, que produzem ligações de aço utilizadas para fabricar casas, eletrodomésticos, eletrônicos, pontes, aviões, bicicletas e uma infinidade de produtos presentes em nosso cotidiano.
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A empresa também é a maior mineradora global de níquel, produzindo 311 milhões de toneladas por ano do metal necessário na produção de itens que vão de moedas a carros. Além disso, a empresa minera carvão, manganês, cobre, bauxita, potássio, caulim, alumina e alumínio.
A Vale tem minas em operação em 14 estados brasileiros, 30 países e nos 5 continentes. A maior atividade da empresa é realizada em Carajás, no Pará, considerada a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo.
Além de mineração, a companhia opera nos setores de logística, energia e siderurgia. Entre os destaques da empresa, estão a administração de 10 mil quilômetros em ferrovias e de nove terminais portuários exclusivos para seus produtos.
A companhia conta com mais de 5 bilhões de ações, sendo que aproximadamente 3 bilhões estão em negociação por cerca de 220 mil acionistas nas bolsas do Brasil, de Paris, Madrid e Nova York.
O que influencia a alta e a baixa da VALE3?
A solidez da Vale e sua robustez são os principais alicerces para a valorização das ações da empresa nas bolsas de valores mundiais. Entretanto, o impacto negativo ao meio ambiente, em um mundo voltado à sustentabilidade, é um fator de forte tendência para a queda da VALE3.
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Recentemente, o que mais influencia as baixas da VALE3 são as incertezas econômicas geradas pela crise do novo coronavírus. As ações sofreram uma grande queda com a paralisação das atividades no início da pandemia, mas acabaram se recuperando ao longo de 2020.
No início de 2021, porém, a força da segunda onda da covid-19 provocou um novo baque nas ações. E mais uma vez a cotação reagiu com vigor, provocando uma forte alta em um curto período.
Por outro lado, a expectativa de aumento de consumo e também de reaquecimento da economia global — com a melhora da situação da pandemia em diversos países — influenciam de forma positiva o valor da empresa. Em especial, a demanda chinesa por minérios tem trazido bons resultados para a Vale.
Os dividendos da Vale
Outro grande atrativo para adquirir as ações da Vale é o pagamento de dividendos. A empresa costuma distribuir seus lucros de forma semestral, mas, em alguns casos, chega a pagar remuneração a seus acionistas em um intervalo de três meses, o que contribui para a valorização da VALE3.
No último trimestre de 2020, a empresa registrou um lucro líquido de US$ 739 milhões. Em março de 2021, a companhia pagou o valor bruto de R$ 4,262386983 por ação, considerada uma das melhores remunerações do mercado acionário brasileiro.
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Nos três primeiros meses de 2021, a Vale anunciou um lucro líquido de US$ 5,5 bilhões, o maior volume registrado em um trimestre na história da empresa. Com isso, a expectativa é que o próximo pagamento de dividendos seja 6% superior à última distribuição de lucros.
Qual é a melhor hora para comprar a VALE3?
A cotação da VALE3 está próxima da linha de seu recorde e diversas recomendações de corretoras apontam um preço-alvo em torno desse máximo, o que gera cautela sobre a valorização a curto prazo.
Apesar da previsão de crescimento da exportação de minério de ferro, incertezas geradas pela pandemia ainda podem afetar negativamente o comportamento da ação, o que deve abrir janelas de oportunidades para compra em eventuais baixas.
A curto e médio prazos, a empresa deve se beneficiar do aumento da produção de minério de ferro, segundo avaliação de José Cataldo, head de research da Ágora, em um relatório de estratégias para investimento em abril.
De forma geral, a compra a longo e longuíssimo prazos da VALE3 tem valido a pena para os investidores. Por essa razão, a ação é recomendada na carteira de maio das nove maiores corretoras brasileiras. Isso se deve a boa solidez da Vale e também a perspectivas de aumento de consumo global por produtos industrializados.
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Fonte: Banco Central do Brasil.