Temores persistentes de calote ofuscaram os esforços do presidente do China Evergrande Group para melhorar a confiança na empresa nesta terça-feira (21), enquanto o governo chinês não deu sinais de que vai intervir para evitar qualquer efeito dominó na economia global.
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Analistas minimizaram a ameaça de os problemas da Evergrande se tornarem o “momento Lehman” da China, embora haja nos mercados preocupações com os riscos de contágio de um colapso desordenado daquela que já foi a incorporadora de maiores vendas da China.
Em um esforço para retomar a confiança na empresa, o presidente da Evergrande, Hui Ka Yuan, disse em carta aos funcionários que a empresa está confiante de que “sairá de seu momento mais sombrio” e apresentará projetos imobiliários como prometido.
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Na carta, que coincide com o festival de meio de outono na China, Yuan também disse que a companhia vai cumprir as responsabilidades com os compradores, investidores, parceiros e instituições financeiras.
“Eu acredito fortemente que com seu esforço conjunto e trabalho duro, a Evergrande sairá de seu momento mais sombrio, retomará as construções em escala total o mais rápido possível”, disse Hui, sem dar detalhes sobre como a empresa vai alcançar esses objetivos.
Os investidores, entretanto, permaneceram cautelosos. As ações da empresas chegaram a cair 7%, depois de queda de 10% no dia anterior, diante dos temores de que seus US$ 305 bilhões em dívida possam provocar perdas disseminadas no sistema financeiro da China no caso de um colapso. O papel terminou o pregão com perdas de 0,4%.
“Se for permitido o default de uma parte da dívida da Evergrande, isso provocará questões sobre toda a dívida remanescente com os investidores e o governo não quer uma crise mais ampla como essa”, disse o diretor gerente da Orient Capital Research.
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O governo chinês não se pronunciou sobre a crise da Evergrande nas últimas semanas.
É possível que o governo chinês ajude a Evergrande ao menos a conseguir algum capital, mas ela pode ter que vender alguma participação a um terceiro, como empresas estatais, disse o banco holandês ING em nota.
Analistas do Citi disseram que os reguladores podem “comprar tempo para digerir” o problema da Evergrande orientando os bancos a não retirarem o crédito e ampliarem o prazo para o pagamento da dívida.