- A Europa passa por um período de grandes dificuldades econômicas: recessão, aumento da taxa de juros e encarecimento da energia
- Como fica o Brasil nesse contexto? O quanto devemos nos preocupar?
- Apesar da elevada taxa de juros e do cenário externo completamente caótico, acredito que o Brasil está muito bem posicionado e pode não sofrer tanto quanto os demais países
Na última semana, a zona do euro declarou sua recessão econômica de forma oficial depois de dois trimestres seguidos com contração econômica. A Alemanha, uma das principais economias da União Europeia, teve uma queda de 0,3% em seu PIB.
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A insistente inflação alta e a recente decisão do Banco Central Europeu de subir sua taxa de juros, afetam o consumo da população – tanto no poder de compra, quanto no incentivo ao crédito.
Além deste dois fatores, o conflito entre Rússia e Ucrânia tem sua influência nesse cenário. Lembre-se que a Rússia era o principal fornecedor de gás para a Zona do Euro, fornecendo energia para todo o bloco. Com o apoio da Europa à Ucrânia, os países sofreram com o corte de gás russo e, consequentemente, o preço da energia subiu e diversos setores econômicos foram afetados.
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Não há como prever quanto tempo o velho continente ficará com sua economia “estagnada” e com crescimento lento. No entanto, como fica o Brasil nesse contexto? O quanto devemos nos preocupar?
Como fica a crise financeira no Brasil?
Sabemos que um dos catalisadores de uma recessão ou economia com baixo consumo são as taxas de juros altas. E vamos combinar que os juros no Brasil são um dos mais altos do mundo.
Mas, apesar disso, volto a falar algo que já falei em uma coluna anterior: apesar do cenário externo estar completamente caótico, acredito que o Brasil está muito bem posicionado e pode não sofrer tanto quanto os demais países. Nosso País está economicamente forte, temos boas reservas em dólar, nossas empresas estão muito baratas frente a seus fundamentos.
Além disso, estudos que temos feito internamente na Atom, vem desenhando uma queda nas taxas de juros ainda para esse ano. Obviamente, é necessário observar o comportamento do governo e se não enfrentaremos algo como uma nova pandemia. Mas, isso traz certo alívio para as empresas, principalmente as varejistas, que sofrem muito com as taxas de juros mais altas e pouco consumo.
O governo vem trabalhando estímulos, como o Bolsa Família e as recentes medidas para consumo do carro popular e o programa de renegociação de dívidas, o Desenrola Brasil. Se as medidas seguirem o caminho que prometem, podemos ver uma economia se fortalecendo no nosso país.
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Outro ponto interessante que favorece o Brasil, é que a agência de classificação de risco S&P melhorou a perspectiva para a nota de crédito de “estável” para “positiva”. Isso reflete sinais de maior certeza e estabilidade das políticas fiscal e monetária do país, o que, a longo prazo, beneficia o crescimento econômico.
No caso, temos boas perspectivas para nossa economia, com a manutenção e a possibilidade de corte de juros, melhora no consumo, empresas baratas e títulos prefixados pagando muito bem aos investidores.