O que este conteúdo fez por você?
- Após rumores de atrito com Gleisi, Mercadante e Rui Costa, Haddad tem mostrado ter respaldo dos companheiros
- Mesmo diante de dúvidas e oposição, o ministro da Economia conseguiu apresentar um arcabouço fiscal que não foi mal recebido pelo mercado
- Nos primeiros 100 dias, Haddad tem avançado na agenda de controle dos gastos
Novembro de 2022. Parece que já se passaram alguns anos, mas não, foi há apenas cinco meses. Naquele momento da história política do país, Lula, recém-eleito para o terceiro mandato. mantinha em segredo quem seria o novo ministro da Fazenda.
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A falta de uma definição abriu espaço para o surgimento de ao menos 11 nomes na bolsa de apostas, que variaram de um espectro a outro, das correntes de pensamentos econômicos. A lista ia de Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin a Aloizio Mercante e Rui Costa.
Dentro do mercado financeiro, os investidores viviam a expectativa de, com base no perfil do novo ministro, montar possíveis cenários macroeconômicos. Algo que durante a campanha não foi possível, uma vez que Lula não aprofundou nenhum dos principais temas.
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Em 9 de dezembro. Fernando Haddad, derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, torna-se o escolhido por Lula para a Fazenda.
No mundo político, em especial dentro do PT, a escolha acendeu o sinal de alerta daqueles que vivem a expectativa de ser escolhido por Lula para a disputa presidencial de 2026 e por aqueles que querem espaço no atual governo.
Não por acaso, da escolha do novo ministro para cá, vimos várias peças desse quebra cabeça se movendo.
1. Ataques públicos da presidente do PT, Gleisi Hoffman, a algumas iniciativas defendidas por Haddad.
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“Tem que aprender o seguinte: o PT é o partido do presidente da República. E quando nós fizemos a campanha, foi na linha desenvolvimentista do Estado, e não fiscalista do Estado. É papel do PT, como guardião desse projeto que ganhou a eleição”, afirmou Gleisi, ao jornal Metropoles.
Cerca de duas semanas antes, Haddad tinha apresentado um pacote com medidas que pretende implementar na economia.
2. Ruídos, supostos vazamentos dos indicados para o Banco Central e supostas desavenças entre Haddad e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
3. Boatos sobre movimentações de Aloizio Mercadante (presidente do BNDES) para substituir Haddad na Fazenda. As especulações foram reforçadas em meados de fevereiro quando Mercadante, em entrevista ao SBT, informou a ideia de promover um seminário para discutir o novo arcabouço fiscal. As declarações de Mercadante pegaram o ministério da Fazenda de surpresa.
Avanços nas trincheiras
Com vários fronts abertos nesses últimos 100 dias, Haddad passou a demonstrar uma habilidade de articulação e composição política que, até então, era alvo de muitas dúvidas.
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Após algumas trombadas e acertos nos bastidores, eis que ele surge no último dia 24 de março ao lado de Rui Costa, posando sorridente para fotos. Na ocasião, Costa brincou: “Atrito? Olha o sorriso dele e o meu”.
Na mesma esteira, três dias antes dessa foto, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, usou parte do discurso de evento realizado pelo banco, para fazer afagos públicos e dizer que é “parceiro e leal” à Haddad.
Em relação à Gleisi Hoffmann, o que chama atenção hoje é o silêncio sepulcral dela após o anúncio do novo modelo de arcabouço fiscal, realizado há dez dias. Algo aconteceu, não é mesmo?
Juntando as peças
De uma forma geral, Fernando Haddad tem conseguido se colocar de forma mais presente e clara no intrincado tabuleiro de Brasília.
Nesses primeiros 100 dias de governo, vimos um “questionado ministro” driblar radicalismos ideológicos, avançar nas trincheiras políticas e apresentar uma agenda que busca o caminho do meio entre o equilíbrio das contas públicas e manutenção dos investimentos no social.
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