O que este conteúdo fez por você?
- Doze meses, uma pandemia e mais 2 milhões de CPF’s na Bolsa depois, o mercado volta a se questionar: será que é hora de fazer caixa? A pergunta é pertinente.
- Da próxima vez que você se frustrar com as suas previsões sobre o mercado, lembre-se que estamos nos mesmos 113 mil pontos de janeiro, apenas com outras protagonistas
No início de dezembro de 2019, durante uma live com alunos do Ações Garantem o Futuro, Luiz Barsi opinou fortemente sobre o momento de euforia que o mercado estava vivendo. O investidor cunhou a frase: “a bexiga está chegando no alfinete”, em referência à uma possível bolha nas ações brasileiras.
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“Acredito que experimentaremos uma correção do mercado muito em breve. Quando e até que ponto, já não consigo prever”. Bingo!
Doze meses, uma pandemia e mais 2 milhões de CPF’s na Bolsa depois, o mercado volta a se questionar: será que é hora de fazer caixa? A pergunta é pertinente. Após atingir o fundo do poço em março aos 62.161 mil pontos, o Ibovespa já acumula uma impressionante alta que supera os 80%.
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As estimativas para a economia real, no entanto, não parecem tão animadoras. Dados recentes do IPCA mostraram o maior avanço em 5 anos para o mês de novembro, totalizando 4,31% em doze meses, puxado pelo preço dos alimentos. O fantasma da inflação também já assombra a indústria, que em alguns segmentos já convive com a escassez de matérias primas e embalagens.
Por outro lado, há quem enxergue o copo meio cheio. Há expectativa de recuperação para o nível de atividade global, as taxas de juros deverão continuar baixas, os estímulos monetários ainda repercutirão e a vacina da covid-19 será amplamente distribuída.
A visão macroeconômica pode ser interessante para a formação de uma síntese panorâmica sobre o mercado, mas não deve ser nem de longe o fator determinante para tomada de decisão. Uma das maiores perdas de tempo que o investidor comum pode incorrer é tentar prever o mercado. Parafraseando Ray Dalio, “aquele que vive pela bola de cristal comerá caco de vidro”.
Como, então, Barsi e outros grandes, como Stuhlberger, conseguiram chegar à essa acertada conclusão antes da pandemia? Simples, eles não tentaram prever nada, apenas foram fiéis às suas teses de investimento. Aqui nesta coluna já falamos diversas vezes sobre o pilar fundamental que determina nossos aportes em uma carteira previdenciária: o respeito ao preço-teto.
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Fato é que nos últimos dias temos sentido uma dificuldade enorme de alocação dos nossos recursos. A planilha StockGuide disponibilizada aos nossos assinantes do AGF Prime comprova que dos mais de 100 ativos monitorados, apenas 8 empresas encontram-se (em menor ou maior proporção) confortavelmente abaixo de seus respectivos preços-tetos. A maioria esmagadora pertence ao setor de energia, com destaque para as transmissoras, duas ao setor de saneamento e uma de seguros.
Ainda temos opções de aporte? Sim. Mas em nossa experiência, todas as vezes que nos sentimos encurralados ou restritos a um par de empresas, a melhor decisão a se tomar foi simplesmente não fazer nada. Sim leitor, não fazer nada na Bolsa de Valores exige certas vezes uma força de vontade descomunal.
Da próxima vez que você se frustrar com as suas previsões sobre o mercado, lembre-se que estamos nos mesmos 113 mil pontos de janeiro, apenas com outras protagonistas. Por essas e outras sempre provocamos a seguinte reflexão em nossos alunos e seguidores: você não se torna sócio do mercado, se torna sócio de empresas. Foque neste mantra e nunca mais se decepcionará.