Os investimentos em renda variável estão se tornando cada vez mais próximos dos brasileiros. O que antes era visto como “coisa de rico”, agora foi popularizado com informações sobre esse tipo de aplicação mais democratizadas, especialmente através das mídias digitais. Não por menos, no ano de 2020, início da pandemia da covid-19 no Brasil, o número de pessoas na B3 dobrou, com mais de 3,17 milhões de investidores.
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Alguns analistas já apontam que é possível que o índice Ibovespa alcance os 150 mil pontos ainda esse ano. Neste patamar ou não, algumas ações já mostram sinais de recuperação da pandemia.
Fusões e aquisições. Novos investimentos em máquinas e equipamentos. Novas emissões de ações. Mais IPOs. Atividades que estão sendo comuns aos leitores no dia a dia do noticiário. E ainda tem muito espaço para expansão…
Mas, afinal, o que está impulsionando tudo isso?
Além da retomada de alguns setores muito afetados pela crise sanitária por conta do avanço da vacinação, os ânimos dos economistas apontam ótimas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o ministro Paulo Guedes, o resultado deve surpreender, com um crescimento de 5% a 5,5% em 2021, além de boas perspectivas para um dólar mais baixo até o final do ano.
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A balança comercial bateu seu recorde no mês (junho) e espera-se que o valor seja de US$ 105,3 bilhões no ano – ante a projeção inicial de US$ 89,4 bilhões. Ademais, a confiança empresarial está se reerguendo, com o maior nível desde a recessão de 2014.
Quais os setores que devem se beneficiar?
Apesar de já ter batido recordes esse ano, o Ibovespa ainda está “barato” para os gringos. Mesmo em sua máxima histórica, de mais de 130 mil pontos, o Ibov não recuperou o seu preço pré-pandemia, quando o dólar ainda circulava na casa dos R$ 4, se tornando ainda mais atrativo para o estrangeiro. Isso explica a alta volatilidade nos papéis da bolsa.
Os setores de varejo no geral, construção civil, aviação, turismo e entretenimento devem se tornar as queridinhas daqui para frente. Tudo indica que esses segmentos serão cada vez mais beneficiados pela ampliação da vacinação e, ano que vem, podem surpreender positivamente saindo do pico de queda da curva de produção.
Ações para entrar no radar e se antecipar
As small caps são sempre ótimas para alavancar os ganhos, pois, algumas delas, possuem potencial exponencial, ainda mais neste momento de retomada econômica.
Time for fun (SHOW3)
A companhia Time For Fun, que atua no segmento de entretenimento promovendo eventos e shows, passou por uma das suas piores fases (talvez a pior) desde sua fundação, em 1982. A companhia teve seus eventos interrompidos em decorrência do isolamento social, ocasionado pela pandemia.
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Entretanto, com o avanço da vacinação, o cenário já se inverte: para o próximo ano já foram confirmadas 167 turnês pelo mundo, sendo que a média por ano (antes da pandemia) era de 58 nos últimos 5 anos. Quem não está ansioso por um evento, não é mesmo?
Mills Solaris (MILS3)
O setor de construção civil como um todo teve seus altos e baixos durante a última década. Acontece que algumas companhias do setor foram envolvidas em escândalos de corrupção e acabaram por transferir a “imagem ruim” para outras companhias que não se enquadravam nessas questões. Além disso, a pandemia causou uma grande paralisação nos investimentos, afetando significativamente as companhias.
O segmento deve ser aquecido no próximo ano, indo ao encontro com a economia em recuperação. A Mills é uma empresa consolidada, com anos de mercado e vem apresentando bons resultados, mesmo em meio à crise sanitária, por conseguinte, tende a ser uma boa opção.
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Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3)
As companhias de turismo e aviação já estão mostrando sinais de recuperação. Aumento da demanda por voos, valorização cambial e a volta do consumo da população são fatores positivos para essas instituições. Além disso, a restrição do turismo em 2020 deve fomentar nas pessoas o desejo de viajar e se locomover.
As companhias Azul e CVC devem performar positivamente daqui para frente, seguindo esta lógica.
Via (VVAR3)
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Por fim, o varejo, também muito afetado pela pandemia, já mostra sua recuperação. Os dados de vendas no varejo do mês de maio saltaram 1,4% frente ao mês anterior. Apesar de estar abaixo das expectativas, de 2,4%, o resultado já é superior aos níveis pré-pandemia. As ações das varejistas já estão refletindo os bons resultados.