- O aumento do custo de energia no Brasil cresceu em média 183% no acumulado dos últimos dez anos
- Há no mercado diversas linhas de financiamento atrelados ao IPCA ou juros pré-fixados
- A parcela do financeiro da instalação pode ficar abaixo ou igual ao valor médio que o consumidor costuma pagar na conta de luz
Os reajustes tarifários na conta de luz podem trazer surpresas negativas para o consumidor no fim do mês, mesmo quando se mantém os hábitos de consumo. Segundo dados da Solfacil, empresa de financiamento de sistema fotovoltaico, o aumento do custo de energia no Brasil cresceu em média 183% no acumulado dos últimos dez anos.
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Na prática, a alta significa que, em uma década, a conta de luz dos brasileiros quase duplicou para o mesmo padrão de consumo. Por outro lado, a instalação do sistema fotovoltaico pode oferecer ao consumidor a liberdade de gerar a própria energia e ficar isento da inflação da conta de luz.
O custo vai depender do padrão de consumo de energia de cada residência. Segundo Lucas Donato, diretor da Pop Energy, antes de determinar o orçamento, realiza-se uma análise para entender a necessidade de cada moradia para definir o número de painéis que vão atender a demanda energética.
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“Com a análise, será determinado a quantidade de painéis solares e de quilowatts que devem ser gerados para conseguir abater o máximo de consumo de energia. Uma estimativa de custo de implementação do sistema, considerando uma residência de quatro pessoas, fica em torno de R$ 15 mil a R$ 25 mil”, explica Donato.
Já de acordo com a simulação realizada pelo Portal Solar, empresa de franquia de sistema fotovoltaico, o orçamento para um consumo médio de R$ 500 no Brasil pode variar de R$ 20 mil a R$ 35 mil. O Estado de São Paulo é a região em que esse valor é o mais alto, com um investimento médio de R$ 33,7 mil.
O orçamento seria o suficiente para a instalação de um sistema capaz de gerar energia para um consumo mensal de R$ 500. O retorno desse investimento acontece após seis anos.
Na região Norte o custo da instalação fica mais em conta. Em comparação com o Estado de São Paulo, o consumidor consegue economizar cerca de R$ 12 mil. “Esse valor médio inclui o pacote completo, desde a instalação até a compra dos equipamentos”, explica Rodolfo Meyer, CEO do Portal Solar. “A redução proporcionada pela energia solar na conta de luz que chega, em alguns casos, a 95%”, acrescenta.
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O restante dos 5% da conta de luz se refere aos custos de iluminação pública e à tarifa de disponibilidade das concessionárias. O valor desse tributo fica, em média, R$ 60 por mês, mas pode variar de acordo com o Estado. O custo garante que, em casos de consumo acima da capacidade de geração de energia do sistema fotovoltaico, a demanda energética seja atendida pelo sistema de energia elétrica convencional.
Formas de pagamento
Caso o consumidor não tenha o valor suficiente para realizar o pagamento do sistema fotovoltaico à vista, o financiamento surge como uma alternativa acessível. Há linhas de crédito disponíveis no mercado em que a parcela do financiamento fica abaixo ou igual à média da conta de luz paga pelo consumidor. A estratégia permite que a prestação do empréstimo permaneça dentro das condições orçamentárias das famílias.
No entanto, Donato ressalta que o cliente deve ficar atento às condições de cada linha de crédito para não ter surpresas no valor das parcelas. “Há bancos que trabalham com taxas pré-fixadas, em que a primeira é igual a última, e há bancos com parcelas variantes com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e na taxa de juros”, alerta. Atualmente, no mercado, o empréstimo pessoal tem juros de até 466% ao ano, como mostrado nesta reportagem.
O Banco BV faz parte das instituições financeiras que oferecem linhas de crédito com taxas pré-fixadas para esse tipo de financiamento. Segundo Iasmym Jorge, gerente geral do Meu Financiamento Solar (programa de empréstimo do banco), o montante pode ser pago em até 84 vezes com um prazo de carência de 120 dias (quatro meses) para o pagamento da primeira parcela.
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“A maioria dos clientes ainda prefere financiar em 60 vezes. Entretanto, o parcelamento em 96 vezes é muito considerado em projetos comerciais de pequeno e médio porte”, explica Jorge. Em relação a carência, a mais buscada pelos consumidores é a de 90 dias.
A facilidade nas condições de pagamento estimulou um aumento de 318% na procura por linhas de crédito para instalação de energia fotovoltaica no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2021, segundo dados do Meu Financiamento Solar.