O que este conteúdo fez por você?
- O mercado como um todo mantém a aposta em quase 65% de chances de uma recessão nos próximos 12 meses
- Mas, por que não ouvimos mais sobre isso na mídia?
- Há um claro conflito de interesses entre aqueles que avaliam o mercado e atendem os clientes que mantêm seu capital investido
É verdade que ninguém gosta de dar notícias negativas, falar sobre assuntos desagradáveis e, principalmente, abordar temas relacionados à perda de dinheiro.
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Nos últimos tempos, venho abordando em meus canais a possibilidade de uma recessão acontecer em breve, provavelmente nos próximos 12 meses. É importante ressaltar que não se trata de mero palpite ou desejo de dizer “eu avisei”, mas sim uma análise baseada nas projeções do mercado, que atualmente apontam para um cenário de recessão, como evidenciado pelo alto nível das apostas.
Diferentes instituições financeiras apresentam opiniões divergentes quanto à probabilidade de recessão. Enquanto bancos como o Goldman Sachs reduzem suas projeções de recessão de 25% para 20%, o mercado como um todo mantém a aposta em quase 65% de chances de uma recessão nos próximos 12 meses.
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Embora não exista um conceito específico que determine exatamente o que é uma recessão ou quando ela ocorre, grande parte do mercado aceita a ideia de que dois trimestres consecutivos de crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB) caracterizam um país em recessão, uma vez que isso significaria cerca de seis meses de queda ou contração na atividade econômica.
Em uma recessão, é consenso que o desemprego aumenta, a demanda por consumo cai e a produção econômica tende a decrescer.
Voltando ao ponto inicial do artigo, fica a questão: se mais de 60% do mercado acredita em uma recessão nos próximos 12 meses, por que não ouvimos mais sobre isso na mídia?
Isso ocorre porque há um claro conflito de interesses entre aqueles que avaliam o mercado e atendem os clientes que mantêm seu capital investido. Instituições financeiras como bancos de investimentos e corretoras têm muito a perder se começarem a alertar repentinamente os clientes sobre os riscos e as chances de uma recessão iminente.
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Tal ação poderia criar um “estado de pânico” entre os investidores, levando muitos deles a retirar seus investimentos e buscar ativos mais seguros, como títulos americanos ou o dólar. No entanto, esses ativos não geram retorno para as instituições financeiras, equivalendo a investir em Tesouro Selic no Brasil, que remunera os intermediários em zero.
Entende-se, portanto, o conflito existente.
Um exemplo notório desse fenômeno é uma matéria clássica do Wall Street Journal, publicada em 28 de janeiro de 2008, intitulada “A economia está bem. (de verdade)”, escrita por Brian Wesbury. Não é necessário relembrar o que aconteceu em outubro daquele mesmo ano, certo?
Diante desse contexto, como podemos “ignorar” essas recomendações e verificar se o mercado de fato está preocupado com a recessão? Nesse ponto, recorro ao bom e velho Google!
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Ao pesquisar a quantidade de buscas ao longo da história pela palavra “recession”, observamos que sempre há dois picos de busca antes da queda na economia. Examinando os resultados em relação às últimas crises, podemos destacar os seguintes picos de busca:
- Jan/2008 e Set/2008
- Ago/2019 e Jan/2020
Percebemos, portanto, que houve um pico de buscas meses antes da queda da economia, seguido por outro pico no início do período de recessão efetivo. O primeiro pico “recente” de busca ocorreu no meio de 2022, e com base no histórico, é provável que ocorra mais um pico de busca em algum momento.
É importante notar que geralmente o segundo pico de busca surge 8 meses após o primeiro, mas desta vez, conforme outros indicadores mostram, a velocidade de queda da economia é um pouco diferente devido à alta liquidez de dinheiro injetada nos mercados nos últimos anos, como já mencionado anteriormente.
É essencial estar atento, proteger-se e reconhecer que em todas as recomendações pode haver algum conflito de interesse.
Em meu grupo do Whatsapp, que deixo o convite aqui, apresentarei dados que corroboram as projeções de 60% de chance de recessão nos próximos 12 meses.
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A razão pela qual não há conflito nas informações que compartilho é simples: baseio-me em dados, não apenas em opiniões.
Um abraço.